O menino negro aborda o casal de gringos brancos na sorveteria. Pega no braço do mais viril e faz gestos de abrir e fechar a boca, para frente e para trás. Antes de dizer qualquer coisa, o mais feminino intervém: “ele quer sorvete, darling.”
O outro olha com ar de dúvida. Faminto, o garoto tem os olhos muito dilatados, parece estar sob efeito de alguma droga. O homem pega em seu ombro, de leve e pergunta-lhe o sabor. O garoto, nervoso, se ajoelha e repete os gestos com a boca. Acrescenta mais um gesto, as mãos abertas, dez dedos. O preço.
“Baby, vamos embora. Você oferece sorvete e ele parece que só aceita se você der mais dez reais. Não, não. Muito dinheiro”.
Na saída da sorveteria, enquanto os dois caminham de mãos dadas, o menino esbraveja: “Gringo pão-duro! Faço por cinco.”
ilustração: Livia Lima
O menino negro aborda o casal de gringos brancos na sorveteria. Pega no braço do mais viril e faz gestos de abrir e fechar a boca, para frente e para trás. Antes de dizer qualquer coisa, o mais feminino intervém: “ele quer sorvete, darling.”
O outro olha com ar de dúvida. Faminto, o garoto tem os olhos muito dilatados, parece estar sob efeito de alguma droga. O homem pega em seu ombro, de leve e pergunta-lhe o sabor. O garoto, nervoso, se ajoelha e repete os gestos com a boca. Acrescenta mais um gesto, as mãos abertas, dez dedos. O preço.
“Baby, vamos embora. Você oferece sorvete e ele parece que só aceita se você der mais dez reais. Não, não. Muito dinheiro”.
Na saída da sorveteria, enquanto os dois caminham de mãos dadas, o menino esbraveja: “Gringo pão-duro! Faço por cinco.”
ilustração: Livia Lima
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