Diretor Jeferson De quer que "Bróder" chegue ao Oscar

(Por Neusa Barbosa, no UOL). “A gente pleiteia concorrer a uma vaga no Oscar. Temos todas as credenciais”. Essa foi a afirmação entusiasmada do diretor paulista Jeferson De, diretor de “Bróder”, primeiro concorrente exibido no 38º Festival de Gramado, na coletiva do filme, nesta manhã de sábado. Para Jeferson, “é importante sim, concorrer ao Oscar, sejamos nós, o ‘5 x Favela – Agora por Nós Mesmos’ ou qualquer outro filme”. O cineasta destacou que, nesta que é a terceira passagem de “Bróder” por um festival – o filme teve sua première mundial em Berlim, em fevereiro, fora de competição, e em Paulínia, em julho, concorrendo – ele finalmente superou as próprias dúvidas em relação à capacidade de comunicação da história. “Nunca confessei isto, mas eu também tinha dúvidas. Berlim me mostrou que a história não era apenas meu umbigo. Em Paulínia, foi ótimo, teve a maior repercussão e eu também sou caipira paulista. Ontem, em Gramado, foi a projeção mais bonita que vi, inclusive tecnicamente. E me deu a certeza de que eu escolhi certo meu elenco. Isto salta da tela. Estou aliviado”, afirmou. A vinda a Gramado fecha,também,uma espécie de ciclo, já que o projeto de “Bróder”nasceu aqui, em 2003, quando Jeferson veio apresentar, em competição, seu curta “Carolina”. “Naquela época, era o projeto de um curta e se chamava ’24 Horas com Dois Negros’. Graças a Deus, passou todo esse tempo e chegamos a ‘Bróder’”. Drama ambientado no Capão Redondo, zona sul da capital paulista, “Bróder” centra-se na amizade de três jovens (Caio Blat, Sílvio Guindane e Jonathan Haagensen), confrontados com dilemas pessoais e sociais. No elenco, o principal papel feminino é de Cássia Kiss, como Sonia, a mãe de Macu (Caio Blat). A atriz, que veio a Gramado, foi perguntada como se sente diante de vários papeis em que interpreta mulheres sofridas e desglamourizadas, inclusive este. “Eu também fico impressionada com a minha falta de vaidade, porque na tela, tudo fica daquele tamanho”, divertiu-se a atriz. Cássia destacou que pertence a um “grupo de atrizes que não fez plástica e não vai fazer, porque precisa do rosto como é”. E acrescentou que “cuida muito da própria alma”. “Nós atores somos muito vaidosos. Precisamos jogar o ego na lata do lixo, senão, não rola a generosidade”

Comentários

E Agora Jose? disse…
Acredito no trabalho do jefferson e na proposta do dogma da feijoada, mas ainda não consegui aceitar Caio Blat como protagonista do Broder. A história de um garoto pobre morador de uma comunidade deveria ser protagonizada por um garoto negro ou pardo como tantos que eu vejo aqui perto de casa. Por isso continuo com esta sensação de vazio e a mesma angústia que sinto ao assistir as novelas globais

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