LITERATURA NEGRA – INALDETE PINHEIRO
Informação para fazer a cabeçPor Larissa Santiago / Blogueiras Negras
Por LarissaSantiago / Blogueiras Negras
Morando no Recife há tanto tempo, eu ouço histórias de personagens incríveis tão bem contadas que ouso recontá-las vez por outra; eu as vivi ou ouvi com a curiosidade de uma filha que quer entrar no universo da mãe, do pai, da família… [Inaldete em Essas Mulheres – Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha].
Nascida em Parnamirim, no Rio Grande do Norte, Inaldete Pinheiro de Andrade é formada em Enfermagem pela UFPE e tem mestrado em Serviço Social e Administração Hospitalar pela mesma universidade. E usando seu conhecimento na área de saúde, ela fez parte do GT Saúde da População Negra da Prefeitura do Recife e da Comissão do Programa de Anemia Falciforme da Secretaria Estadual de Saúde.
Professora Inaldete é aquela que tece: dona de uma vasta literatura, é filiada à União Brasileira de Escritores (UBE) e seus livros e publicações dão ênfase na difusão da riqueza da cultura negra em Pernambuco, fazendo análises sobre Racismo e Negritude além de alguns especialmente direcionados às crianças.
Carismática e Militante foi protagonista na defesa da inclusão da disciplina História da África e da Cultura Afro-pernambucana, primeiro no currículo da rede de ensino municipal do Recife, depois na grade da rede pública estadual. Os esforços na Câmara Municipal do Recife e na Casa de Joaquim Nabuco, em legislaturas passadas, não vingaram. Contudo, tal mobilização não foi em vão, pois anos depois Inaldete testemunhou a defesa incansável da proposição por parte do então deputado federal Humberto Costa no Congresso Federal. A aprovação e sanção de lei federal neste sentido ocorreu oito anos depois, em 9 de janeiro de 2003, com o número 10.639, tornando obrigatório o ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira nos três níveis de escolaridade.
Para nosso orgulho, Inaldete Pinheiro de Andrade, é detentora do título de Cidadã Recifense (2011), recebendo a Medalha Zumbi dos Palmares pela sua contribuição com a história e memória do povo negro pernambucano. Há quatro décadas ela vem fazendo ecoar da capital pernambucana o vigor de sua militância e do povo negro.
*** Alguns de seus livros: “Cinco cantigas para se contar” (1989), “Pai Adão era Nagô” (1989), editado pelo Centro de Cultura Luiz Freire, “Racismo e anti-racismo na literatura infanto-juvenil” (2001), pela Etnia Produção Editorial, “A Calunga e o Maracatu” (2007), editado pela Secretaria de Cultura da Prefeitura do Recife, e “Baobás de Ipojuca” (2008), pelas Edições Bagaço, são exemplo de sua preocupação com a educação em cultura afro-brasileira.
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