Uma reflexão para o pessoal que julga o projeto neonazista do atual governo uma bobagem, principalmente para sujeitos que já são vítimas de genocídio



por Deivison Nkosi

Na minha opinião, o que está em jogo não é a Definição mas o Projeto... mas em se tratando de definição, há tem duas tendencias em jogo: 1. esvaziar o sentido negativo de "nazi" de forma a promover a aceitação e maximização de um projeto que já está em curso 2. evitar nomear o projeto como tal (ou dizer que é de esquerda) enquanto o termo não for completamente ressignificado, mas sem perder a fidelidade ao projeto... nos dois casos, Nós pretos perdemos (porque Nós, para usar uma metáfora nazi, somos os ratos a serem eliminados)... Esvaziar o sentido negativo de "nazi" é terrível para nós, pq coloca nossa destruição em termos moralmente aceitos. Ainda assim, o uso do termo esbarra na resistência de grupos hegemônicos que se ofendem com sua utilização (mas não serão eles mesmo, no atual contextos, as vítimas práticas). Nós temos sido vítima de um genocídio não assumido (que é anterior a esse projeto em vigência)... no entanto, esse projeto ainda aparece como imoral quando desmarcado em sua prática sistêmica e, por isso, acaba sofrendo restrições. No segundo caso, o projeto segue como sempre seguiu, mas a não nomeação permite adesão inclusive das possíveis vítimas mais desatentas ás suas reais implicações e a prerrogativa de auto-inscrição fixando-se conta do inimigo... então a nomeação importa, embora não seja decisiva. O que quero dizer é que essa não é uma briga entre "Eles", mas uma briga contra "nós" então, deixar a definição para "Eles" é um equivoco imenso..., disputar o sentido da inscrição dando o nome correto aos bois e combate-los - não apenas o nome, mas no projeto - é urgente porque "é a nossa destruição que eles querem, física e mentalmente o mais que puderem"

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