Por Cidinha da Silva
Quem me conhece sabe que não alimento ilusões, que meu mantra e meu leme desde que conheci Steve Biko, ainda jovenzinha, tem sido “estamos por nossa própria conta”. Sabe também que busco ocupar espaços de poder e decisão e só acredito que o povo negro possa mudar os rumos do mundo ao fazê-lo.
Dito isso, conto uma historinha e vocês vejam como o vento lhes toca. Há uns meses, Sueli Carneiro foi convidada a integrar o conselho consultivo de uma prestigiosa instituição da nação, coisa quase diária em sua vida. Após uma olhadela na ficha técnica da coisa sentenciou: “posso aceitar o honroso convite, mas não vou sozinha; sugiro que vocês convidem Bianca Santana e Cidinha da Silva também”.
Até uma hora atrás, antes de escrever esta cronicazinha, ninguém da instituição havia feito contato com Bianca ou comigo.
No domingo, dia 29 de novembro do ano da Covid-19, voto em #Boulos50, esperançosa e convicta, mas sem ilusões. Aproveito e convoco a todes nós, que em algum momento da vida somos os pretes da vez, a não nos esquecermos do vaticínio de Biko, “nós por nós”, e a pontificar na cara da branquitude de múltiplas faces, “posso aceitar o convite, mas eu não vou sozinha”.
Comentários