Notícia sobre "A menina linda e outras crônicas" (Oficina Raquel) no jornal Rascunho.

A menina linda é o título da nova reunião de crônicas da mineira Cidinha da Silva. No livro, a autora coloca em primeiro plano personagens — reais e fictícios — que abordam questões étnicas, sociais e de gênero, tais como racismo, periferia, relações trabalhistas e africanidade. No texto “A menina linda”, que abre o livro e lhe dá título, uma professora precisa se educar diante das surpresas indigestas que o racismo pode trazer. E se pergunta: “Por que a felicidade da mulher negra precisa ser guerreira, sempre?”. Já em “A coleção de dicionários de capa dura na estante”, o narrador aborda a importância da leitura em um ambiente familiar pouco afeito às manifestações da cultura letrada, visto que monopolizado pela sobrevivência cotidiano. É ainda este tema que vai ressoar em “Cenas da colônia africana em Porto Alegre — as lavadeiras”, na qual a singularidade da voz narradora frente à labuta da vida cotidiana permite um olhar de esguelha às condições de vida das classes populares. Além do papel do livro e da leitura, a cultura do rap, o Carnaval e o samba também estão nas crônicas de Cidinha. Cidinha da Silva é autora de 20 livros. Entre eles, Um Exu em Nova York, que recebeu o prêmio da Fundação Biblioteca Nacional na categoria contos em 2019, além de Explosão feminista, finalista do Prêmio Jabuti no mesmo ano. Ela organizou ainda duas obras sobre as relações raciais contemporâneas no Brasil: Ações afirmativas em educação: experiências brasileiras (2003) e Africanidades e relações raciais: insumos para políticas públicas na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas no Brasil” (2014).

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