Sobre os textos autorais

Tenho tido dificuldades para produzir textos autorais dirigidos ao blogue. Os motivos são vários:a falta de tempo, o excesso de assuntos, de trabalho e de (pre)ocupações. Quando estou envolvida com número menor de coisas sei melhor o que escrever. Começando dos últimos acontecimentos para os primeiros, estou em tratativas com uma nova editora, que é também uma editora nova, recém-nascida, para publicação de um livro de histórias curtas a no segundo semestre, em companhia de autores fantásticos. Tivemos a primeira reunião e fiquei bem impressionada, principalmente pelo respeito dispensado aos autores, que recebem adiantamento para escrever e pela proposta de preços populares para as obras, o que as fará chegar a quem usualmente não as podia comprar. Assim que assinar o contrato e tiver detalhes divulgáveis, posto aqui no blogue. Outra novidade é que deve sair até o fim do primeiro semestre, coletânea de prosadores negros, organizada pelo escritor Luiz Ruffato, chama-se “Questão de pele” (Língua Geral). A despeito das reservas ao título clichê, estou profundamente honrada, feliz e grata por ver meu querido “Dublê de Ogum” ao lado de textos do Machado e Lima Barreto. O que mais? Assisti uns filmes africanos realizados em Moçambique, Cabo Verde e Angola, alguns deles, produzidos por mulheres. Na maioria, as discussões de gênero na África contemporânea preponderam. Passei dez dias de férias em Belém e aproveitei para reler dois livros do Milton Hatoum – “Dois irmãos”, o predileto, e “Relato de um certo oriente”. Há muito queria conhecer as plantas e flores descritas na paisagem amazônica dos livros dele e também saber o significado das expressões regionais que não encontrei nos dicionários, quando da primeira leitura. O acontecimento mais marcante deste início de 2009, entretanto, foi a conclusão, no mês de fevereiro, de minha primeira novela juvenil. Assim que dei por encerradas as infindáveis leituras críticas e revisões, apresentei o livro à editora e para minha surpresa e frustração, ele foi recusado. Perdi o chão e demorei um bom par de semanas para me reerguer. A recuperação começou com o encontro da terra firme e árida da reescritura, das leituras críticas (outra vez) para detectar e reconstruir os trechos mal resolvidos; da atenção redobrada para não perder minhas convicções e, simultaneamente, deixar a alma aberta para aceitar o que realmente merece ser revisto. Dureza! No mais, li um pouco de poesia, alguma crônica e um romancista do Sudão, falecido recentemente, Tayeb Salih. Numa passagem por São Paulo, tive chance, pela primeira vez, de conversar longamente com a Érica Peçanha, estudiosa da literatura marginal ou periférica. Foi ótimo! Aprendi muita coisa nova e revi percepções antigas, incompletas, ingênuas, até. O papo desconstruiu umas tantas certezas e agora é encontrar respostas para as novas perguntas. Gracías, Érica, pela foto ao lado tirada no Sarau do Elo da Corrente também. Neste mesmo Sarau recebi seis livros das mãos do amigo Michel da Silva, a saber: “Vôo de primeira classe”, de U.F. e J. RMC; “Fragmentos noturnos”, de Claudeni dos Santos; “Prosas de buteco”, de Cláudio Santista e Paulinho Bispo; ”Caminhos e emoções”, poemas de Alice Rodrigues; “Cordéis e poesias para cantar”, de João Nascimento dos Santos e a antologia “Prosa e poesia periférica”, organizada pelo Michel e pela Raquel Almeida. Muito agradecida fiquei pelos presentes. Espero conseguir me fazer presente de maneira mais autoral no blogue, Oxalá o tempo permita.

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