Poesia no ar

(Por: Sérgio Vaz). "Povo lindo, povo inteligente, não há palavras que possam descrever o que foi o "poesia no ar" realizado ontem pela Cooperifa. Foi simplesmente uma noite maravilhosa na periferia de São Paulo, como há muito a gente sonha. Com há muito a gente luta. Vieram gente de todas as cores, dores e lugares: crianças, adultos, jovens e idosos, a comunidade, vários coletivos de outras quebradas fortalecendo o movimento, e cada um com a sua mensagem, protesto e poesia, para que pudesse ser enviados via balão de gás (bixigas) para outros quintais. Gente sorrindo, se abraçando, estava rolando uma puta energia nuclear, e nós estávamos tipo Urânio enriquecido com fins pacíficos, mas com o conhecimento pra fazer a bomba. Entendeu? Dizem que tinha mais de 500 pessoas, eu duvido, não sei se é possível contar uma labareda. Sei que só de poetas tinha oitenta. Isso mesmo, oitenta poetas. Catarse! Será que é mesmo possível um sarau de poesia reunir 500 pessoas em torno da poesia na periferia de São Paulo? Muita gente torcendo por bala perdida e a gente soltando poesia no ar, por isso não saiu na Tv, não deu nos jornais, não foi capa de revista, por isso muita gente não viu, por isso muita gente não vai acreditar. A única má notícia é que a gente está gostando de ser feliz. Pensado bem, se não estivesse lá, eu também não acreditaria, é alegria demais para essa gente que mora no subterrâneo da cidade. Né não? Queria ter dois coraçoes. Um para amar, o outro também".

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