Manifesto de intelectuais e pesquisadores/as ativistas em apoio a Luiza Bairros para a Seppir

Prezados/as Após a confirmação da indicação da socióloga e ativista Luiza Bairros para a SEPPIR, encaminho abaixo e em anexo um Manifesto de intelectuais e pesquisadores/as ativistas em apoio a Luiza Bairros para a Seppir. Apresento em seguida o primeiro conjunto de assinaturas. Segue o link para o Manifesto: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=bairros1 Pretendemos entregá-lo à Presidente e à Secretária logo depois da posse. Cordialmente Alex Ratts – antropólogo – LaGENTE e NEAAD/UFG "Nós, intelectuais, pesquisadores/as e ativistas que trabalhamos nas Instituições de Ensino Superior (IES), públicas e privadas, no campo das relações étnico-raciais, da história e ensino de história da África e dos descendentes de africanos no Brasil, das políticas públicas para a diminuição das desigualdades de raça e gênero entre as quais as Ações Afirmativas para a população negra, manifestamos o nosso apoio à indicação da socióloga Luiza Bairros para ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial por sua reconhecida trajetória de ativismo, estudos e gestão pública. A professora e socióloga Luiza Bairros é reconhecida com uma intelectual com uma contribuição original e profunda no referido campo de estudos e atuação desde o final dos anos 70. Trata-se de umas das principais intelectuais de sua geração, juntando-se as gerações anteriores de intelectuais negros no campo da militância e da reflexão acadêmica, como Guerreiro Ramos, Abdias do Nascimento, Eduardo de Oliveira e Oliveira, Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Milton Santos, Neusa Santos Souza e outros. São históricas, portanto, as articulações entre ativismo e reflexão acadêmica, sendo a socióloga Luiza Bairros uma das expoentes. Avaliamos a importância da liderança de Luiza Bairros e colocamos a disposição dela e da SEPPIR a contribuição acadêmica e intelectual (não somente realizadas em espaços das universidades) de um conjunto de pesquisadores/as que nas últimas décadas têm contribuído na reflexão sobre as desigualdades sócio-raciais e as formas de superação. Neste sentido, indicamos nossa vontade e empenho em ampliar e aprofundar as possibilidades de articulação da gestão pública com a produção intelectual e a pesquisa nesse campo, particularmente o que se volta para interpretações e análises do pertencimento étnico-racial como fundamental para o entendimento das desigualdades sociais, do racismo em intersecção com o sexismo, a homofobia e outras formas desumanização e da construção coletiva e individual de pessoas negras como sujeitos históricos. Aproveitamos a oportunidade para relembrar os acordos de combate às desigualdades raciais firmados pelo governo brasileiro na última década tanto em foro nacional quanto internacional, o que será possível principalmente pelo destaque a ser dado à SEPPIR no próximo governo no que diz respeito tanto à alocação de recursos quanto à nomeação de uma pessoa historicamente comprometida com o ideal de transformar o Brasil num país equânime, que, reconheça e respeite as diferenças. Proposições: 1 - Ampliação do orçamento da SEPPIR; 2 - Ampliação do quadro qualificado da SEPPIR para desencadear, liderar e sustentar as ações de transversalização do enfrentamento ao racismo via políticas públicas; 3 - Comprometimento da Presidente e de todo o governo com o anti-racismo: liderança e sinergia com diferentes setores das políticas e sociais; 4 - Diálogo democrático com diferentes setores da sociedade civil, em especial os movimentos sociais; 5 - Necessidade urgente de redução das taxas desproporcionais de mortalidade da população negra, em especial, jovens homens e mulheres; 6 - Efetivação das políticas públicas previstas para as comunidades remanescentes de quilombo; 7 - Apoio às ações afirmativas para a população negra na educação e no trabalho; 8 - Apoio à pesquisa na área de relações raciais em intersecção com gênero e outras categorias e variáveis".

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