Miudezas de Belo Horizonte, capital brasileira dos bares

Para  Cida  Moura que está revelando ao mundo o sertão negro-mineiro, o Vale do  Jequitinhonha! 



Por Cidinha da Silva

Os bares da minha terra são pródigos em esquisitices, não só em comida de boteco. Você entra em um e está escrito “é proibido ficar com agarramento nas dependências desse estabelecimento!”  Noutro canto do mesmo bar encontramos o seguinte aviso aos homens: “É proibido circular sem camisa." Às mulheres: "Shortinho apertado demais da conta é responsabilidade da cliente assanhada.”

Noutro bar você pode encontrar mistura entre letra de forma e cursiva, em cartolina ou papel de pão, proibindo o seguinte: “ Apagar cigarro na mesa e deixar a bituca lá em cima” ou então, “não pode tirar caca do nariz e disfarçar debaixo da mesa”.

A melhor de todas foi estipular o tempo de duração dos beijos de língua, um minuto no máximo, sob pena de o casal apaixonado ouvir o sonido do instrumento de aferição do tempo, manuseado pelo garçom-sentinela.

O sujeito e a senhorita (que mulher casada não se dá a esse desfrute na rua e beijo gay ou lésbico está longe de ser tolerado) começavam o beijo. Plimmm! O garçom dava um tapa no marcador de tempo, os segundos iam correndo. Pressupõe-se que o casal atracado vá contando o tempo. Quando o cronômetro marca 50 segundos, o sentinela dirige-se solene à mesa dos beijoqueiros. Quando atinge a marca de sessenta segundos, no prego, o bicho faz um cocoricó, como galo cantando de madrugada e começa a tocar o hino do Atlético.

Conheço gente que vai a esse bar no Horto, perto do Independência, onde time que vai enfrentar o Atlético está morto, e se beija ultrapassando o tempo permitido só para forçar os cruzeirenses da turma e do ambiente a ouvirem o hino do Galo.


A gente e os bares da minha terra são imbatíveis e inacreditáveis!

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