Parabéns pra você!

Por Cidinha da Silva



Se a carta é escrita como peça literária, posso me furtar de dizer um nome e nem por isso o texto será de um amor que não ousa dizer o nome, certo Wilde? 

Nestes tempos de exposição insana dos afetos em busca de crédito, visibilidade, audiência e repercussão, é exercício de esgrima fazer poesia. E quem prima por valores mais ligados à casa, à família, ao íntimo desvinculado das conquistas simbólicas de poder tão caras a tantas outras pessoas, se assusta e se retrai no jogo de aparências e estímulo às declarações midiáticas de apreço e as cobranças públicas destas declarações, uma sentença, não uma escolha. E, nesses casos, caro Wilde, a declaração de amor mais pura consiste em ser a sentinela que guarda o nome.

Mira, Wilde, o texto preferido por ela é curto, então preciso cuidar para não me estender. Apenas queria dizer que, entre as coisas todas que dela emanam, o jeito leal e desinteressado de amar as pessoas, de compreender suas histórias e a capacidade de fazer autocrítica e se refazer, são as que mais me encantam.

Pronto, caro Wilde, disse tudo o que precisava ser dito. O mais é viver e não ter vergonha de ser feliz ao passear de catamaran pelos rios da cidade natal relembrando a infância. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser uma eterna aprendiz. Eu sei, Cidinha, a vida devia ser bem melhor, e será! Mas, isso não impede que eu repita, é bonita! É bonita e é bonita!

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