Sobre possíveis mudanças na gestão da Flip (há um ano)

Há um ano dei essas respostas aqui para a Folha de São Paulo, numa matéria sobre possíveis mudanças na gestão da Flip. Respondi a três questões por escrito e felizmente, não houve edição do meu texto, apenas o corte natural por questão de espaço e enfoque da matéria. Aproveito para copiar aqui minhas respostas integrais. [COMPLEMENTO DO EXCERTO ESCOLHIDO PELO JORNALISTA] Qualquer leitura mais rasa de processos políticos sucessórios definidos por grandes players, neste caso, do mercado editorial, sugere que esta escolha já foi feita e as negociações com o nome escolhido já foram finalizadas. Esse negócio de jogar a informação para o alto é para as pessoas terem a ilusão de que podem interferir num jogo de cartas marcadas e de jogadores velhos conhecidos, além de consolidar um nome como redentora. O Brasil adora redentoras. - Quem você acha que vai ocupar o posto (se vc preferir, pode me responder em off?)? E quem vc acha que deveria ocupar? - Na sua opinião, que mudanças essas mulheres negras poderiam promover na curadoria da Flip? Posso responder as duas questões de uma só tacada. Penso que a Flip seria arejada por uma mudança do modelo de gestão, algo que saísse do "presidencialismo" vigente e passasse para uma curadoria colegiada. Um exemplo interessante desse modelo foi a edição 2019 do FIT - Festival Internacional de Teatro de Belo Horizonte. Foram recebidas propostas de curadoria e venceu a proposta colegiada de três mulheres negras atuantes na cena da dramaturgia. Na minha opinião, o modelo de gestão deveria ser modificado.