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Este é o blogue de Cidinha da Silva, prosadora. Aqui há referências sobre sua produção literária e ensaística. Seja bem vindo (a)!
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Por
Cidinha da Silva
Trata-se de
uma campanha para que as pessoas amigas de Lula lhe enviem cartas pelos
correios, para o endereço da Polícia Federal, em Curitiba.
Uma boa ideia
nesse momento em que todas as formas de mobilização são bem vindas. Há de haver
diferentes modalidades de ação para que as mais diversas pessoas possam
engajar-se, à medida que desejarem. Até mesmo crianças e idosos, aos quais, a
prudência recomenda que se mantenham distantes das mobilizações de rua, alvo de
ataques covardes da polícia.
De fato, a
ideia já circulava pela internet após o ato ecumênico por intenção do
aniversário de nascimento de Marisa Letícia, antes de deflagrado o movimento de
envio massivo de cartas no dia seguinte à prisão de Lula. Após sua comunicação
sobre a decisão de cumprir o mandado do juiz de primeira instância, a tristeza
e frustração que se abateram sobre as pessoas ligadas ao movimento Lula Livre
foi enfrentada por muita gente por meio da escrita.
Houve uma
catarse expressa em textos, nos quais as pessoas sentiram necessidade de tornar
pública a origem socio-econômica similar à de Lula; a trajetória de inúmeras batalhas
e superações; de externar solidariedade e comoção a um igual.
Nessas
cartas espontâneas, pessoas descreveram calvários pessoais que são retrato vivo
da precarização em que vive a maior parte da sociedade brasileira,
articulando-os às possibilidades de superação oferecidas pelas políticas públicas
de combate às desigualdades implementadas no período Lula-Dilma. E as pessoas
pareciam querer contar isso a Lula como forma de agradecimento e oferecimento
de apoio a partir de um lugar de igual, também por meio de fotos que
documentavam desde quando o acompanham. Pareciam mesmo querer compartilhar suas
vitórias com o mundo e como romperam o lugar de subalternidade imposto a seus
ancestres, como cultivaram a alegria de sonhar, lutar e vencer.
A idéia do
envio abundante de cartas ao Presidente preso pretende criar uma polofinia
inusitada, uma mobilização da voz das pessoas para gritarem seu
descontentamento com o golpe, seu anseio por justiça e liberdade para Lula, revolvendo
o aspecto significativo da subjetividade e dos afetos. Colocando na ponta da
caneta de Ogum, o coração.
Trata-se de
uma iniciativa saudável e plena de humanidade. As pessoas se irmanam na dor e
na solidariedade e além de se acalentarem mutuamente, isso pode evitar, ou pelo
menos, diminuir os picos de pressão arterial que esse cotidiano político
manipulado por forças retrógradas tem provocado.
As ideias e
as emoções precisam manifestar-se em liberdade.
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