#OHomemAzulDoDeserto (8): as crônicas do livro
Por Cidinha da Silva
#OHomemAzulDoDeserto é um livro de leitura saborosa, de rir, de abismar, de chorar, de pensar. Um livro feito pelos sentidos e para os sentidos.
As leituras feitas até o momento mostram que algumas crônicas têm vocação para não sair mais de quem as lê. Elas têm ficado impressas no corpo e na memória. Estou aqui curiosa para saber o que acontecerá com a sua leitura. Me conte, já, já #OHomemAzulDoDeserto estará disponível para pré-venda no sítio da Editora Malê. Corra para adquirir o seu.
O prefaciador, Marcos Alexandre, crítico e pesquisador de literaturas compartilha conosco a seguinte impressão de leitura: “Cidinha da Silva nos apresenta #OHomemAzulDoDeserto, seu 12° trabalho ficcional, e com ele nos brinda com 52 textos, crônicas-contos, que imprimem um olhar crítico diante de fatos que nos atravessam enquanto sujeitos engajados (ou não) com o nosso tempo.
Neste novo livro são apresentadas textualidades que, pela sua diversidade temática, evidenciam a maturidade da autora como cronista que se esmera na arte da escrita. Trata-se de uma escritura comprometida e que parte de uma concepção criativa que assume um olhar estético — no sentido de um trato com as palavras — alinhado com a escolha de vocábulos e expressões que passam a ser utilizados e ressignificados em suas tessituras crítico-narrativas, desvelando um acurado tratamento ideológico, subjetivo e temático, pensado e escolhido com rigor para a composição das linhas e entrelinhas semânticas criadas para integrar cada crônica impressa no livro.
Em suas crônicas-contos, Cidinha nos coloca em contato com várias perspectivas enunciativas, as quais denotam o prisma de um olhar negro educador, que traz para a discussão fatos que objetivam produzir reflexões sobre Si, sobre o Outro, sobre Nós, sobre a diáspora africana, os lugares de acesso e propagação da ritualidade, a construção da emancipação social de sujeitos negros em diferentes instâncias geográficas do território brasileiro; uma perspectiva crítica em que, por meio do conjunto de textos reunidos, desvela relatos que transitam entre o “real” e o “ficcional” implodindo as fronteiras do factual, friccionando e ressignificando fatos históricos e míticos, atribuindo aos mesmos, em vários momentos, um caráter de pulsão alegórica que lhes permitem transcender o limiar estabelecido pelas “verdades absolutas” postuladas incoerentemente por aqueles que ainda acreditam na possibilidade de colonização do conhecimento e dos corpos”.
Gosto de pensar #OHomemAzulDoDeserto como um conjunto de senhas para acessar infinitos: do céu (que é também o mar das mineiras), das águas, das pedras (que um dia foram água), dos desertos, esses ecossistemas cheios de vida escondida por areia e secura.
Como autora, espero que #OHomemAzulDoDeserto dê o que falar, no sentido maior das reverberações que impactam a corrente sanguínea e levam o coração a se expressar pela palavra. A ver.
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