Museu comunitário de Belo Horizonte leva exposição para a Itália
Das 1.200 famílias que serão removidas do Aglomerado Santa Lúcia apenas 400 terão a oportunidade de continuar habitando a região. Pensando nisso o Muquifu - Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos organizou a Exposição: "Janelas, Histórias e Memórias em Extinção", que reúne imagens e objetos que contam a história do Aglomerado, em particular das vilas Esperança e São Bento, que serão totalmente destruídas para a construção de um novo parque para os belo-horizontinos.
Memória comunitária
O presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Angelo Oswaldo, visitou na segunda-feira (16) duas iniciativas de museologia social em Belo Horizonte (MG): Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (Muquifu) e o Ponto de Memória Museu do Taquaril. Oswaldo foi acompanhado do vereador Arnaldo Godoy (PT), ex-secretário de Cultura de Belo Horizonte, que propôs a visita.
O Muquifu, localizado no Beco Santa Inês, 30 - Barragem Santa Lúcia, tem como vocação garantir o reconhecimento e a salvaguarda do patrimônio cultural, artístico, histórico presente nas favelas. A curadoria da exposição permanente é do Padre Mauro Luiz da Silva, pároco local. Atualmente o Muquifu propõe a visita da exposição de longa duração: “Doméstica – da escravidão à extinção. Uma antologia do Quartinho de Empregada no Brasil” e das mostras temporárias “Janelas, Histórias e Memórias em extinção” do fotógrafo Marco Mendes; “Meu Reino sem Folia” da fotógrafa Bianca de Sá; “Muro, o lado de cá” e “Esperança, a Vila que nunca existiu?” do fotógrafo Jorge Quintão e “Meu Olhar sobre a Favela” do pintor Fabiano Valentino (Pelé).
O trabalho realizado pelo Museu de Favelas e Quilombos Urbanos será conhecido também fora do Brasil: sua Primeira Mostra Itinerante chegará até a cidade de Pádua (Itália), entre 15 de janeiro a 28 de fevereiro de 2014. A mostra reunirá imagens de moradores das comunidades do Aglomerado Santa Lúcia (Vila Esperança e Vila São Bento) e tem como curador um dos fundadores do Muquifu, o Padre Mauro, que além de pároco da favela é museólogo formado pela Universidade de Pádua. Na oportunidade dois artistas da favela irão participar da vernissage em Pádua, no dia 15 de janeiro Fabiano Valentino e Bianca de Sá terão a oportunidade de acompanhar o lançamento da Primeira Mostra Itinerante do Muquifu onde algumas de suas obras estarão expostas até o dia 28 de fevereiro.
Localizado na comunidade da Barragem Santa Lúcia, o Muquifu impressionou o presidente do Ibram por seu trabalho de museografia, coleta de objetos e resgate da memória local. “É um museu admirável”, reconheceu.
Memória social
A montagem das exposições foi coordenada pela professora Verônica Segantini e envolveu a comunidade, através da doação de objetos, fotografias e histórias que fizeram parte do acervo ali exposto, além dos alunos do 5º período do curso de Museologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que tiveram a oportunidade de realizar um trabalho de campo na área da museologia social.
A montagem das exposições foi coordenada pela professora Verônica Segantini e envolveu a comunidade, através da doação de objetos, fotografias e histórias que fizeram parte do acervo ali exposto, além dos alunos do 5º período do curso de Museologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que tiveram a oportunidade de realizar um trabalho de campo na área da museologia social.
“O trabalho do Muquifu tem um grande impacto na autoestima da comunidade”, avaliou Angelo Oswaldo.
Texto: Ibram / Muquifu
Fotos: Acervo do Muquifu
Padre Mauro Luiz da Silva
Diretor e Curador do Muquifu
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