Uma aproximação de um livro de Cidinha da Silva a uma canção da majestosa Billie Holiday
Por Lila Hora
Eu fiz um trabalho pra faculdade onde conto sobre a importância da história dessa musica e a capacidade de reflexão, de sentimentos e a revolução que ela proporciona nas pessoas ao ser cantada por Billie Holiday e faço uma comparação com o Livro de crônicas #Parem de nos matar de Cidinha Da Silva, que dentro do livro também traz em um de seus textos a denuncia sobre linchamentos. E tento mostrar como a arte é extremamente importante para nos representarmos e como fica evidente que a arte negra traz as nossas especifidades para legitimarmos nossas revoltas e nossas dores de uma forma humanizada. A musica que foi cantada por vários interpretes ficou imortalizada na voz de uma mulher negra que mostrava que ali não era uma simples musica com ótimos arranjos, a sua voz reverberava a denuncia do seu povo contra um sistema racista e assassino. Como nas Crônicas do livro #parem de nos matar que a cada história conta a nossa realidade, não só na forma de denuncia, mas no cuidado que as palavras colocam as histórias para cada personagem que as tornam inesquecíveis, e o que torna tudo tão especial é que esse cuidado é um cuidado nosso, dizendo que todas essas pessoas que estão sendo contadas importam, porque todas essas pessoas também somos nós mulheres negras e homens negros. Dizem que Quando Billie Holliday cantava essa musica ela precisava fazer uma pausa nos shows para que pudesse continuar e é exatamente o que sinto quando Cidinha Da Silvanos conta em sua crônica a história de Claudia Silva em "Quando a palavra seca", mas como Billie Holiday, Cidinha também nos mostra nosso lado de afeto nos seu livro "Canções de amor e dengo" Porque não vivemos só de dores, vivemos também de amores. Taí, é um conselho que dou. É preciso ter em mãos "canções de amor e dengo" porque depois de qualquer acontecimento doloroso ele servirá como um bálsamo curando nossas almas.
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