A cantora canta Candeia e meu coração é tragado, feito areia no mar

por Cidinha da Silva Domingo, diz meu amigo Nivaldo Brisant, é dia que a gente atravessa sem vontade de chegar. Foi num dia desses que ouvi a cantora aquecendo a voz no camarim, se aquilo era o ensaio despretensioso, imagine o espetáculo. Aqueles versos poderosos de Candeia tomando conta do mundo: se alguém por mim perguntar / diga que eu só vou voltar / quando eu me encontrar / deixe-me ir / preciso andar / vou por aí a procurar rir pra não chorar. Envergonhada por não saber dela antes ou por tê-la ouvido com João Bosco e Hamilton de Holanda e apenas ter pensado “que cantora interessante”, mas não ouvi mais, não busquei suas interpretações, não procurei saber quem era. Aceite minhas desculpas, senhora. Mas ela cantou Candeia no meu feed. Era domingo à noite e a cantora entoou aquele chamado para a vida e fui procura-la nas ondas da Net. Encontrei sambas, jongos, sambas-canção, afinação ímpar e aquele estilo sóbrio, límpido, belo e seguro que me trouxe à memória as grandes como Áurea Martins, Alaíde Costa, Nana Caymmi, Nora Ney, essa gente que usa a voz-instrumento sem afetação e em reverência templária ao tempo espiralar da querida Leda Maria Martins. É Cida Santana o nome da cantora, corram pra ouvir a xará. Não esperem pelos domingos

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