O MIOLO DO TECNOLOGIAS ANCESTRAIS DE PRODUÇÃO DE INFINITOS

CONHECI O CARCARÁ, O PÁSSARO, NA LENDÁRIA INTERPRETAÇÃO DE BETH NIA, NO ESPETÁCULO “OPINIÃO”. O vídeo me levou a João do Vale, o compositor da canção. Um homem negro, simples, pouco escolarizado, maranhense, em meio aos artistas universitários, mestiços e brancos, cariocas e baianos. Estes e Gilberto Gil, portadores de menos dinheiro, mas, aparentemente sem problemas de integração e convívio com os brancos de classe média e alta carioca. Mas, e as histórias de João do Vale? Eu me perguntava. Busquei então conhecer sua obra. Encontrei perfis biográficos, “O jovem João do Vale” (Wilson Marques, Nova Alexandria), por exemplo.A saga de João para sobreviver ao racismo ainda no Maranhão, aquele homem do povo, politizado e que enfrentava os coronéis pelas composições e pelo canto bravio, é impressionante. Uma história, em especial, me arrancou sangue. A do menino João do Vale retirado da escola para ceder a vaga a um filho de político, recém chegado à cidade onde ele vivia. E viriam muitas outras tragédias similares desafiando o João desde a infância. Ouvir “Carcará” na voz de João do Vale é uma grande experiência. Você já ouviu? Eu persigo um entendimento do Carcará, busco identificá-lo entre nós, perto de mim. Esse é o exercício da primeira parte do TECNOLOGIAS ANCESTRAIS DE PRODUÇÃO DE INFINITOS, entender os movimentos do Carcará, pelo alto e por baixo, comendo a gente pelo umbigo. O lançamento deste livro novo, publicado pela @martelocasaeditorial, será dia 03 de fevereiro, a partir das 18:30, no Rio de Janeiro, abençoado pelas águas atlânticas desta cidade. A CASA DAS PRETAS nos aguarda e nos ampara. Será bonito. Vem com a gente. É só chegar na Rua dos Inválidos, 122. Bora acessar e vivenciar nossas TECNOLOGIAS ANCESTRAIS DE PRODUÇÃO DE INFINITOS.

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