Uma literatura banta!

"Literatura não se faz sem alegria e precisão. Mas não é de qualquer alegria, a que falo. Nem de qualquer precisão. Ela tem rastro, tem rosto, tem tradição. E tradição se faz com inovação e ousadia. Dialoga com o passado criativo. Mantém e inventa valores. Confronta-os. Amplia a liberdade. Não teme. Não vacila. Avança. Assim, a literatura banta de Cidinha da Silva, que traz como marca de nascimento autonomia e liberdade, intencionalidade e humor, criatividade e crítica e, de maneira deliciosamente contemporânea, faz uma leitura singular do espírito humano. Assim mesmo: esse livro de crônicas tem o mérito, despretensioso, de navegar por entre a alma líquida dos humanos, de perceber suas cores, muitas vezes desbotadas, de sacar sua valia, tantas vezes escondida, de penetrar seus segredos – sem revelá-los. De juntar-se a eles. De aí conviver. De sorver da aventura humana o que de humano houver, ainda que nas raias da inumanidade. Ainda que disfarçados em mil farsas do dia-a-dia. Aliás, essa a alma humana captada pelo sobre-viventes: um desfile de cotidiano porque para ela não tem outra passarela" (Eduardo Oliveira no posfácio de Sobre-viventes (Pallas, 2016).

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