Trechos do prefácio escrito por Sueli Carneiro para o livro #ParemDeNosMatar!



Cidinha se empenha especialmente em revelar com toda a sua argúcia as complexidades do racismo e do sexismo, ideologias perversas que se desdobram em outra multiplicidade de temas que têm sido esquadrinhados pedagogicamente em seus artigos, em suas pílulas de letramento racial e em suas crônicas. Não lhe têm escapado os assuntos mais espinhosos, em relação aos quais muitos silenciam, e que agora estão reunidos neste volume, a saber: a violência racial e policial, os autos de resistência, a redução da maioridade penal, o genocídio do povo negro, a violência de gênero.
Sobre essas questões, não há nenhuma tergiversação, tal como ocorre no artigo “Os meninos do Morro da Lagartixa”, que discute o fuzilamento de cinco jovens negros pela PM do Rio. As responsabilidades e conivências são expostas sem medo ou reservas.
Seus artigos são, via de regra, contundentes, e têm o poder de produzir choques de consciência como os manifestos nos comentários de diversos leitores que tanto refletem gratidão pela reflexão produzida e generosamente compartilhada, como também expressam o efeito catártico que eles produzem sobre muitos leitores, o poder de conquistar mentes e corações e/ou gerar indignação, solidariedade, engajamento etc.
Ressalte-se esse seu momento de exuberante fertilidade em que é possível encontrá-la em diferentes sites, abordando diversos assuntos quase que simultaneamente, com uma profusão de reflexões sem prejuízo de sua reconhecida qualidade. Parte significativa desses textos foi reunida neste #Parem de nos matar!
Cidinha também extrai da ficção matéria-prima para pautar à opinião pública os desafios interpostos às pessoas negras para alcançar inclusão social, sobretudo nas políticas públicas, como as ações afirmativas.
Suas crônicas têm essas pretensões, emocionar a muitas pessoas e provocar reflexão, mudar mentalidades. E as reações aos seus textos demonstram sua capacidade de realizá-lo.

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