Evoé, Delegado!



Por Cidinha da Silva

Eu também me sentia pisando um chão de esmeraldas, quando levava meu coração à Mangueira. E era seu Delegado, o dançarino, quem me recebia à porta e acompanhava a porta-bandeira que me oferecia o estand

arte para o beijo leal de saudação.

E seu delegado evoluía, lépido, fagueiro, no passo manso dos 90 anos. Era a jóia da coroa banto carioca, pavoneando o catavento verde e rosa! Abram alas! Seu Delegado e a Mangueira vão passar desfilando elegância e tradição. E lá vêm Ana Pi, Deborinha e Cláudio Adão, bambas-mirins da escola de dança, alegria da renovação.

E todos os meninos da Mangueira fazem a corte de recepção ao mestre, com pandeiro, cuíca, berimbau, feijoada e samba do bom: Xangô, Cartola, Carlos Cachaça, Sinhô, Padeirinho, Preto Rico, Nelson Cavaquinho, Jamelão, Tom Jobim e as meninas, dona Neuma e dona Zica.

A Portela celeste vem também lhe render graças, Manacéia, Zé Ketti, Tia Doca, Candeia, Clara Nunes, João Nogueira que dá uma piscadela de boas vindas a Sabotage, escondido numa esquina de rima quebrada.

E vem toda a gente que fez bailar nossa alma, Caymmi, Pastinha, Garrincha, Didi, Leônidas, Vila Lobos, Pixinguinha, Elizeth e Chiquinha Gonzaga escoltadas por Cássia Eller de um lado e Elis do outro, Cazuza e Roberto Ribeiro. Marçal, Mano Décio da Viola, Aniceto, Monsueto, Paulo Moura e Luiz Carlos da Vila. Noel, Aracy de Almeida, Ataulfo, Gonzagão, João do Vale e Itamar Assumpção, não poderiam faltar. Fernando Pinto e Joãozinho Trinta se encarregam das alegorias. Moreira da Silva, Bezerra, Jovelina e Gonzaguinha chegam juntos e malandreiam um partido sobre a soneca da tarde tirada no cantinho onde a coruja dorme. Vai ter samba do bom!

Tim Maia chega atrasado, festeiro. Ele que fora incumbido de cantar para seu Delegado, o canto das rosas que falam no azul da cor do mar.

Foto: Ana Pi e seu Delegado, na Mangueira, em 2011


Comentários

Postagens mais visitadas