Outras ressonâncias da passagem do Tambor pela cidade do Salvador!

É, deu pano pra manga! Ainda sobre o lançamento do Tambor na Bahia, queria comentar e agradecer a participação da querida Luiza Bairros. Luiza é daquelas pessoas criteriosas, metódicas, organizadas e trata uma participação simples, num evento informal, como o lançamento do meu livro, como algo grandioso. Enche a gente de orgulho. Quando sugeri seu nome para apresentar meu trabalho novo, além da honra e da alegria, buscava aquela seriedade dela, aquele tratamento respeitoso às pessoas e ao trabalho. Encontrei tudo isto, fui entrevistada pela Mestra e as perguntas que me fez rendem ainda muitos pensamentos. É isto que a gente busca, não é? Gente que instigue a gente a crescer. Luiza Bairros é assim. Sinto que o próprio exemplo dela nos move. É comum que Luiza afirme estar se repetindo, nas palestras ministradas Brasil afora, que há vinte anos diz as mesmas coisas. Mentira! O racismo pode ser que permaneça o mesmo ou mude pouco, afinal, nem precisa esforço, seu modus operandi tem sido suficientemente eficiente, mas Luiza, esta mudou tanto, teve coragem para mudar, para deixar o tempo da temperança agir na alma e no coração. Admiro gente assim, me espelho. Sofro com aqueles nossos que com o tempo e a luta se tornam amargos, perdem o brilho, permanecem apenas com as armas. Luiza Bairros mantém as armas e o brilho e guerreia de maneira mais amorosa e sábia. A participação de Janja Araújo também ressoa em mim, ela, que com o Instituto Nzinga deu início a tudo. O Nzinga é minha casa, uma das minhas muitas casas. Janja é minha Mestra, aquela que diz coisas que nem sempre entendo, mas quase sempre acertadas. Ela disse que a escrita literária me devolveu a alma. Acertou, na mosca. E meu Taatinha lá no fundo, assistindo a tudo. Bom saber que ele estava nos vendo. No dia seguinte ao lançamento, conheci Ana Cléa Campos, moça que esbaforida chegou de Alagoinhas para me conhecer e conversar comigo sobre o trabalho de conclusão do curso de Letras. Ela está fazendo análise comparada entre a minha obra e a do Aluísio de Azevedo. Olha a responsa! Cléa me explicou um monte de coisas, os aspectos comparados, a perspectiva dela sobre escritura de crítica social, fez também algumas perguntas, insistiu em entender os porquês de eu não me considerar uma escritora marginal – depois conto a vocês, estou escrevendo sobre isso. Enfim, foi massa, como dizem os soteropolitanos e também os belorizontinos, caquéticos fossilizadores de gírias, nós somos. Em síntese, esta é a parte final da minha passagem por Salvador depois de dois anos distante daquela que também é minha casa. Não posso mais passar tanto tempo sem aparecer por lá. Ah... não tenho fotos desses momentos memoráveis, mesmo depois de insistentes pedidos, nada chegou ao meu computador e eu nunca tenho máquina, nem celular fotográfico. Aproveito para postar uma foto de outro momento singular, o Desconcertos na Paulista, com a Márcia Bechara e a Sabina Anzuategui, na Casa das Rosas. Foi ótimo, leve e divertido. Instalou-se entre nós um clima fraterno e cúmplice, também sincero, sem afetação, rasgação de seda ou competições idiotas. Fizemos escambo. Troquei um Tridente 1 pelo “Casa das feras” ( 7 Letras, 2007), da Márcia, e um Tridente 2 pelo “Calcinha no varal” (Companhia das Letras, 2005), da Sabina. Algumas amigas e amigos queridos estiveram por lá. E o Claudinei Vieira, dono da foto ao lado e idealizador do Desconcertos, aquela simpatia de sempre. Quando fizer a leitura dos livros posto um comentário aqui, mas adianto que gostei do que ouvi. Por enquanto estou lendo o “Quem conta um conto – estudos sobre contistas brasileiras estreantes nos anos 90 e 2000”, organizado pela professora Helena Parente Cunha, da UFRJ, no qual há um ensaio literário sobre o Tridente. Mais à frente comentarei o livro, também adianto que estou gostando muito.

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