O Kong se virou contra o feiticeiro
Por Cidinha da Silva
Foi em jogo do campeonato paulista
Que a jóia santista
Foi chamada de macaco
Porém, com estima
fortalecida
A jóia enquadrou o Fonseca
Técnico do Ituano
Autor do ato insano
O que foi que você disse?
Me chamou de macaco ou foi chiste?
Qualequeé tá me tirando?
Tá maluco moleque?
Retrucou o Fonseca
Você só quer aparecer
Cai-cai como folha seca
E agora faz adivinhação?
A jóia, até então convicta
De Paulo Estevão chamou a atenção
Estava ligado na fita
Ali rolava discriminação
O 4º árbitro se fez de tonto
Surdo, camuflava a questão
Era briga de cachorro grande
Não queria amolação
A jóia de cabeça fria
Também revê o que ouvira
À luz de velha instrução
Racismo é papo polêmico
Deixe quieto
Não pague mico
Isso é mídia negativa
Corrosiva
Explosiva
Traz vantagem nenhuma, não
Aplicada, inteligente
A jóia achou pertinente
Minimizar o problemão
Lembrou-se do jogo Brasil e Escócia
Da casca de banana
Atirada em sua direção
Do coração apertado
Da dor do craque humilhado
Tal qual macaco vira-lata
Em jogo contra o Bolívar
Na terra de Evo Morales
Bananas e objetos
Outra vez desferidos
O racismo abjeto
Mirava a ousadia do menino
Chamando-o de macaco
Quebrava as pernas de Neymar
Que nos outros dias do ano
O racismo não quer enxergar
Mas o mundo é mesmo redondo
Aqui mora outro porém
Tudo vai e tudo vem
O Kong se virou contra o feiticeiro
O que dirá seu parceiro?
Alexandre Pires, tirado a bom mineiro?
Autores de brincadeira inócua
Que a nós feriu de morte
Golpe traiçoeiro, sem rebote
O caso é que a Cabocla sempre volta
Surge sem bater na porta
Um dia Kong no clipe
No outro
Macaco é a versão torta
Surpreendendo a toda gente
Que com a roda não se importa
A Cabocla é inclemente
O feitiço
Cedo ou tarde
Volta!
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