O novo normal
No novo normal, centenas de voos são cancelados no seu país, milhares de voos no mundo, porque as tripulações dos aviões e demais funcionários das companhias aéreas estão contaminadas por Covid 19, Influenza ou Flurona.
Você pode também estar num dia de azar, já ter tido Covid, ser um sequelado grave, desses que precisam de aparelho respiratório à noite para não morrer sem ar, estar confinado em casa, mas, mesmo assim, alguém leva para você a gripe maldita ou um coquetel de Influenza + Covid outra vez = Flurona.
No novo normal, depois de todas as extravagâncias, aglomerações, mal uso de máscaras, e falta generalizada de cuidados e responsabilidade coletiva nas festas e viagens de final de ano, bate um pânico e a população zera os testes de farmácia.
No novo normal, morros inteiros desmoronam arrastando pessoas e casas, rochas gigantescas se desprendem de maciços que julgávamos inexpugnáveis. Os governos não analisam os riscos geotécnicos, não existem estudos e não são empregadas técnicas para diminuir a imprevisibilidade e as ameaças de grandes distúrbios ambientais.
No novo normal, bombeiros avisam com a potência máxima do gogó, sem sequer alto falantes, que uma certa população deve evacuar uma região porque o rio local subirá 60 metros em poucas horas.
No novo normal, as pessoas saem de casa para viagens e passeios e não sabem se voltam. As ruas de incontáveis cidades brasileiras são rios de lama das mineradoras. As tragédias deixaram de ser extraordinárias, tornaram-se o ordinário recorrente.
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