Em Setembro, "Independências", a nova dramaturgia na Cultura

Já contei para vocês sobre meus planos ambiciosos de aprender como escrever roteiros com minha amiga Luh Maza, não contei? Pois é, o desejo era fazê-lo em 2021, mas havia um doutoramento no meio do caminho, além do segundo ano extenuante de uma pandemia. Posterguei o intento para 2022, mas assumi um emprego no final de 2021 e não tem sido bolinho equacionar tudo neste ano que nos atropela. Mas, Luh Maza não esperou minhas condições ideais para ser sua estagiária e generosamente me convidou para compor uma sala de roteiro sob sua coordenação. O projeto era de adaptação de “Torto Arado”, do Itamar Vieira Júnior. Fiquei animada, um pouco apreensiva, mas Luh me tranquilizou, eu poderia contar com ela. Aquele era um convite, ela me avisou. Fui entrevistada pela produção (aquelas conversas que parecem informais, mas são, de fato, entrevistas decisivas para você ser contratada ou não). Saí do papo confiante, achei que estava tudo certo, mas não estava, não fui chamada (aprovada). Passados susto e decepção, perguntei a Luh se ela sabia qual teria sido o problema e fui informada de que os produtores ou o chefe maior, não sei, queriam profissionais mais experientes. De fato, minha experiência com roteiros era zero, só escrevi livros e peças de teatro. Lastimosamente, perdi a chance de aprender a escrever roteiros com o grupo de profissionais negras chefiado pela Luh. Eu poderia me queixar da vida, achando que ela dá com uma mão e tira com as duas, mas, tenho mostras diárias de que acontece o contrário, ela tira com uma e dá com as duas mãos. Um dia recebo um telefonema do meu mais novo, Tiganá Santana, me apresentando um projeto lindo e dizendo que pensou em mim para colaborar com a equipe de roteiristas nos textos da narradora. Um projeto de Luiz Fernando Carvalho, aquele mesmo de “Hoje é dia de Maria”, “Lavoura arcaica”, “Dois irmãos”, entre outros trabalhos memoráveis. Respondi um rotundo sim e depois foi a vez de conversar com o próprio diretor, de assinar contrato e de desenvolver três meses intensos de trabalho e aprendizado. Agora saiu a primeira chamada da série, “Independências”, na TV Cultura. Espero que vocês assistam, em setembro. Até lá, vou dando notícias por aqui.

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