Tecnomacumba, 20 anos de axé!

A força da música de Rita Benneditto, sempre um convite a cantar e e a dançar para a encantaria de todos os quadrantes do país Quando assisti Tecnomacumba pela primeira vez, Ribeiro ainda era o sobrenome de Rita Benneditto. Antes de o espetáculo seguir para os palcos do Brasil, tive notícias da pesquisa, do sonho, trazidas por um amor que a tudo acompanhava na condição de amiga da produtora da artista, e me dizia da beleza do que estava em gestação. Ao longo de vinte anos vi o espetáculo algumas vezes, em São Paulo e no Rio. Uma delas, no Circo Voador, à volta de 2009 ou 2010. Eu havia publicado Os nove pentes d’África e pedi à Elzinha (Elza Ribeiro, a produtora) que entregasse à Rita um exemplar. Aquele trabalho era tributário de Tecnomacumba, disco que ouvi de maneira exaustiva enquanto escrevia e, no momento exato em que coloquei ponto final no texto, ela cantava para Oxalá. Foi Elzinha, quem gentilmente me ofereceu um ingresso para a festa dos vinte anos. Eu folheava livros na porta do teatro, enquanto aguardava o horário para assistir Alaíde Costa. Era sexta-feira. Elzinha passou por mim, nos cumprimentamos, nos abraçamos. Lamentei minha atrapalhação durante a viagem de fim de ano que me impediu de providenciar ingresso a tempo, mas ela procuraria um para mim no dia seguinte, o último de apresentação. Deu tudo certo, lá fui eu assistir Tecnomacumba pela quinta vez. Vi um espetáculo novo, cada vez melhor e mais autoral. Toca a cantar, pular e dançar para orixás e para a encantaria de todos os quadrantes do país. O pessoal se agita muito quando a Rita canta para Padilha, não é para menos, mas gosto mesmo das músicas para Xangô, por motivos óbvios, Oxóssi e Oxalá. São vinte anos de Rita Benneditto e sua banda, Cavaleiros de Aruanda, plantando asè por onde cantam. São mais de vinte anos de um grande amor embalado por aquelas canções que só fazem reencantá-lo.

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