Me oriente, rapaz!
Um amigo, pai pela terceira vez, me comove com o novo ofício. Enquanto aguarda o rompimento da bolsa nidifica o mundo para acolher o rebento. Tão bonito, isso.
Quem tem pai sabe a diferença que ele faz na vida, quem não teve, sabe também. Um pai bom nos dá coluna vertebral, nos ensina a ser algo inteiro, firme pela flexibilidade.
Pai orienta, dá o freiriano Sul para a vida. É quem mais ensina pelo exemplo. Neste sentido, mostra-se tradicional, primevo, inaugural.
Dois amigos, jovens pais de meninos únicos, referem-se aos filhos como pajezinhos, mestrinhos, babalaozinhos, ou seja, aqueles que cuidam destes, protegem, orientam, repreendem, ensinam por meio do exemplo. É bela e tão humana essa masculinidade construída na relação de espelho entre pai e filho.
São admiráveis esses moços que, como o poeta, plantam um ipê-amarelo na cabeça do tempo, só para ver o sorriso do filho.
(Do livro Baú de miudezas, sol e chuva, de Cidinha da Silva).
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