O grande irmão arma a lona e abre o foco da tela. Em respeito às medidas sanitárias, o espetáculo não acontecerá na arena, estão suspensas as aglomerações oficiais.
Na sala do grande irmão o grupo de assessores que já havia decidido a quem selecionar para o game, agora decidirá quem vai morrer primeiro. Os medidores de audiência fazem a média ponderada do potencial sentimental de cada morte. O quantum de sentimento envolvido.
A equipe avalia quem oferecerá resistência; quem ficará mais desesperado. O desespero rende muitos pontos, todos concordam. Ninguém quer estar no lugar da pessoa desesperada. Por outro lado, o desespero gera repulsa e é natural que se queira eliminá-la. Vamos quantificar isso, em quanto a repulsa incidirá na eliminação dos que queremos eliminados.
Tudo é transformado em números, gráficos, analisados em minúcias antes de decidirem quem morrerá primeiro. A lista dos que devem morrer é conhecida por cada operador do game, a questão é decidir a hora mais rentável para matar cada participante.
Todos os aparelhos da rede aberta estão ligados, confirmado. Os códigos pressionadores para que todos se manifestem sobre o quadro criado pelo grande irmão estão operando. Cheklist feito. Suspendam as grades! Soltem a besta.
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