Ruiu o grupo de 11 editoras intitulado “Educação antirracista”. Várias editoras negras integravam esse coletivo e três delas romperam com o grupo, convocado pela Companhia das Letras, logo na segunda (13 de setembro) pela manhã, depois do tsunami racista “Abecê da liberdade”. A editora Nandyala (MG) foi a primeira a se manifestar e a fazer uma exposição consistente e irrevogável de motivos para romper, foi acompanhada pela Mazza Edições (MG) e pela Malê (RJ). No fim da tarde daquele mesmo dia, o coletivo se reuniu virtualmente e optou pela dissolução.
É do jogo, faz parte da vida, assim opera a política, a gente segue junto nas alianças até que elas firam nossos princípios éticos. Mas tem sempre o pessoal que quer surfar na onda mais alta e agora tentam demonizar as editoras negras. É uma moçada que não tem ideia (ou não quer ter) dos investimentos necessários para vender livros e garantir uma vida digna para a editora e seus funcionários.
Deixem as editoras negras trabalharem em paz e decidirem as melhores estratégias para se tornarem visíveis e venderem seus livros. Guardem para vocês os discursinhos ideológicos que desconsideram o preço do papel, dos serviços gráficos, dos correios (agora privatizados), dos impostos, dos encargos trabalhistas, do equilibrismo para fazer livros bonitos driblando todo tipo de adversidade num mercado editorial voraz e desigual.
Além de guardar na boca palavras proferidas sem cuidado e sem respeito ao caminho dos outros, coloquem as mãos nos bolsos, tirem as moedinhas e comprem livros, muitos livros, pilhas de livros, de autoras, autores e editoras independentes. Comprem nas livrarias de rua e de livreiras itinerantes.
Esse meu discurso que você acabou de ler não rende 100 vendas únicas, nem 50, nem 20, se gerar 10 vendas já acho que deu certo. Essa é a tabuada da realidade, o resto é palavrório ideológico, inócuo para enfrentar os problemas reais e trituradores das gentes no mundo do capital.
A propósito, se quiserem comprar meus livros e contribuir para superar as cinco vendas únicas, tá facinho, é só chamar pelo whats 11 985686207, a gente atende com agilidade e presteza ou, passe pela nossa loja virtual www.kuanzaproducoes.com.br e parcele o catálogo inteiro, mas talvez, o que vocês gostem mesmo, é de ver uma escritora negra com 15 anos de carreira oferecendo seus livros nos mercadinhos virtuais.
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