One people, one love!



A voz forte e afinada brotava não se sabe de onde. Era um grito, um uivo. Um lamento. O registro de uma existência
Por Cidinha da Silva na Revista Fórum
A voz forte e afinada brotava não se sabe de onde. Era um grito, um uivo. Um lamento. O registro de uma existência.
Sabida era a levada do Reggae. Ecoavam confusos pedaços da letra filiada à tradição  Bobvariana. Parado na sinaleira / rico observa o mundo /  limpador de vidro vira mundo / pra sobreviver no caos.
Eu desacelero e olho à volta para descobrir quem canta na manhã ensolarada de domingo. O monturo de lixo se mexe. Emerge de lá, pulando numa perna, ora noutra, uma mulher dedreads grossos, pele negra curtida de sol e gordura das sobras dos restaurantes, roupa de sacos de lixo pretos, customizados. Um luxo!
Tiro os óculos escuros e penso ver Estamira, mas, que nada, é Arthur Bispo e seu rosário desfiando (en) canto para não enlouquecer.
Imagem de capa: Estamira, protagonista do documentário do mesmo nome (Divulgação)

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