Eleições 2018: e nós com isso?
Quem somos nós? Somos lésbicas e
o povo LGBT todo. Somos toda a população
negra, principalmente os mais desesperançados, enganados por achar que o
candidato que os quer mortos vai redimi-los. Somos o povo de asè e desafortunadamente,
muitos de nós temos declarado voto em alguém que reiteradamente manifesta nojo
por nós.
Somos pan-africanistas,
anarquistas, punks, anarco-punks e queremos modelar o mundo à revelia das
instituições. O caso é que os processos institucionais nos devoram passivamente
se não participamos deles, principalmente em horas cruciais como agora nas
eleições de 2018 em que nossa existência como seres humanos plenos e
libertários está em jogo (é algo ainda mais fundo do que a derrocada da
democracia).
Somos mulheres negras e também
entre nós, para nosso total espanto existe gente partidária de um projeto de
ditadura. Somos setores do Hip Hop votando em projeto fascista.
Somos uma gente iludida que por
motivos diversos, todos ligados ao desespero, ao descaso e a falta de
perspectiva, conseguimos achar que um projeto fascista pode significar alguma
mudança positiva. Talvez sejamos um
pouco suicidadas e queiramos entregar o pescoço ao carrasco como ovelhas
entorpecidas.
Somos também aquelas pessoas que não
fazem parte de algum dos grupos citados, que não nos identificamos como alguém
pertencente a algum deles, mas temos filhos, primos, sobrinhos, tios, amigos,
colegas respeitados que integram esses segmentos.
E o que tenho a dizer a vocês, o
que tenho a dizer a todos nós, é que como na velha canção mineira, “vamos
precisar de todo mundo banir do mundo a opressão e um mais um é sempre mais que
dois.”
Vem que ainda é tempo de arrumar.
Se a gente se organizar direitinho e votar a favor da vida, a gente vira o
jogo. E é melhor que o façamos para não sermos os primeiros a morrer, inclusive
os que acham que “não têm porra nenhuma a ver com isso”. Vem somar com a gente,
ainda dá tempo.
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