Eleições 2018: estamos por nossa própria conta!
1 - Se nós tivéssemos mais uma semana de
campanha...
Não temos, baby! Temos hoje, agora, e mais 3 dias até
domingo, 28, para conversar com as pessoas e virar votos; para convencer quem
não votou a votar; para conquistar pretensos votos brancos e nulos. E temos o
domingo também para votar portando um livro e para telefonar, mandar mensagens,
subir hashtags, positivar pelo menos 13 vezes o candidato do campo
progressista.
2 – Poxa, estou
sentindo falta do Ciro, se ele viesse...
Eu também sinto falta de Ciro, o indomável que mandou o irmão
menor representá-lo. Se ele viesse nos
ajudaria muito, mas parece que ele está batendo o pezinho. Imaginei que sua
personalidade histriônica o fizesse surgir na última semana de campanha,
montado em um touro bravo e gritando: “brasileiros e brasileiras do meu coração,
vim resolver a parada”. Que nada, errei feio. Ciro resolveu ficar em Paris
passeando com a namorada e declarando-se cansado de um Brasil doente. E está
buscando saúde, o que não deixa de ser algo justo, haja vista a cirurgia feita
no final do primeiro turno, a participação em debates com uma incômoda sonda na
uretra. Tudo bem, Ciro, recupere-se. Nós, por aqui, vamos lutar até o último
minuto para que o pacto democrático não seja destruído e para que haja eleições
em 2022 e você possa concorrer. Mas, se você puder, se não for pedir demais, dê
aquele alô solicitado pelo Haddad. Isso pode nos ajudar por aqui. A Marina já
veio, setores do PSDB e mais um monte de gente que odeia o PT veio também, porque
já compreenderam que não se trata de empacar nesse tipo de ódio agora. Tem
outro maior, que pode causar estragos imensuráveis e que precisa ser barrado
pelo voto.
3 – Anulo meu voto, não
tenho nada a ver com esses dois aí...
Entendam companheiro isentão e companheira isentona, se vocês
votarem nulo ou branco no segundo turno, vocês, efetivamente ajudam quem está
na frente, no caso, o candidato fascista. Vejamos: num total hipotético de 10
votantes, quem tem 6 votos, tem maioria simples, não interessam os outros
votos. Entretanto, se num total de 10 votos, um candidato tiver 4 votos e o
outro tiver 3, se as pessoas que faltam votarem branco ou nulo, elas impulsionam
quem está na frente. Elas se isentam de escolher A ou B, mas fortalecem quem
está na frente. Lembre-se: quando seus filhos ou netos forem torturados (porque
um dia eles se insurgirão) não vai adiantar você correr para o colo do general
moderado que é seu amigo e que te assegurou que tortura era coisa do passado,
tampouco se agarrar a seu voto nulo. Nada vai te consolar ou diminuir sua
responsabilidade. E isso aqui não é chantagem barata, não, é dado de realidade,
da política real.
4 – Se ele for ruim a
gente tira ele
Hahahahaha, vou rir para não chorar. Você acha mesmo que é
fácil assim? Você acha que está lidando com uma Dilma que respeita as instituições
e o jogo democrático? Que mesmo percebendo que ia cair não fez conchavo,
negociata, não subornou, não mentiu, não comprou votos, honrou a Constituição,
seus eleitores e defendeu-se por longas 14 horas no Senado. Você acha que um homem que manda o filho dizer
que vai fechar o STF, valendo-se de um cabo e de um soldado, porque o STF o
desagradou (você não acredita que o “garoto” é independente, pensa com a
própria cabeça e que tudo não faz parte de um jogo de morde e assopra, de
chamar a atenção para um membro do clã enquanto o fascista-mor cumpre outras
tarefas para atingir a meta maior de se eleger, não é?), é um homem fácil de
tirar do poder depois que ele estiver lá? Você acha mesmo? Você acha que um homem
que escolhe mulheres para estuprar, como se lhes fizesse um favor, que disse a
uma deputada que só não a estupraria porque ela não merecia; que oferece capim
para os #nordestinos comerem; que bate
no peito, orgulhoso de sua homofobia; que mede pessoas negras por arrobas; que
diz que em seu (des) governo, indígenas não terão nem mais um centímetro de
terra; que pretende fundir o Ministério da Agricultura com o Ministério do Meio
Ambiente; que diz que prenderá e arrebentará adversários e opositores; que
cultua a tortura como método de coação e obediência a normas definidas pelo
déspota; você acha mesmo que será fácil tirar um homem desse tipo do poder?
Saiba que nem com muito sangue investido nós conseguiremos. A chance que temos
é agora, é impedir que ele chegue à presidência.
5 – Uma possível guerra
entre Brasil e Venezuela
É concreta a possibilidade de que sob o (des) governo do
candidato fascista, o Brasil se junte aos EUA de Trump para declarar guerra à
Venezuela e roubar seus poços de petróleo. Por aqui o (des) governo Temer já os entrega de graça
ao vender o Pré-Sal a preços irrisórios.
6 – Precisamos de um
homem forte na presidência
Gente, deixa contar uma coisa para vocês, forte é quem sabe
ouvir, quem sabe dialogar, quem se comove com a dor das outras pessoas. Essa
pessoa é forte. Quem sequer se sensibiliza com os atentados que têm sido
promovidos ao longo do país em seu nome; quem não se importa que mulheres sejam
estupradas, homens e mulheres sejam mortos, espancados, tudo em seu nome, não
pode ser considerada uma pessoa forte. É, sim, um sujeito sem escrúpulos, sem
sentimentos, e capaz de tudo para destruir seus oponentes. Um homem que se esconde do debate, até de
entrevistas que não sejam feitas por seus coligados, que não respeita o
contraditório, que constrói uma campanha baseada em notícias vis produzidas
para destruir os adversários, não pode ser considerada forte. É, sim, alguém
totalmente desprovido de ética e de amor ao próximo. Esse tipo de macho que
bate o pinto na mesa para dar a palavra final sobre as coisas está morto e
sepultado, não é mais aceitável como um “homem forte”.
7 – Lembre-se da sua
origem negra e popular
Se nos lembrarmos quem somos e de onde viemos, nos daremos
conta de que é impossível votar em um candidato fascista, alguém que nos
despreza como seres humanos. Nós, negras e negros, mulheres, indígenas, trabalhadoras
e trabalhadores rurais, população LGBT, quilombolas, pessoas com deficiências
físicas e mentais, pessoas do Nordeste, mulheres vítimas da cultura do estupro
defendida por ele, às quais segundo sua vontade despótica não seriam sequer atendidas
pelo SUS, na eventualidade de serem estupradas. Nós, sujeitos de direitos aos quais ele
atribui o “coitadismo”, estamos por nossa própria conta e por ora, só temos o
voto para impedir que esse projeto de destruição de nossos corpos, mentes e
corações seja implementado.
Então, gente, às ruas, principalmente às quebradas!
Às urnas!
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