O que fica para o que virá
Por Cidinha da Silva
O gosto na boca é amargo, como nunca. Diferente de outros tempos em que não sabíamos o que viria, sabíamos e mesmo assim não fomos capazes de impedir o pior. Fomos amadores, despreparados. A gente ainda pede e dá informes em reuniões improdutivas, num reino onde os fatos não mais existem.
Pode ser um alento dizer que sentimos o amargo da derrota para um projeto de extrema direita, mas não somos amargos, não cultivamos a amargura. Está bem, nutrir a esperança, a alegria, a gentileza e a generosidade nos manterão vivos e fortalecerão o espírito de luta.
Insisto, contudo, a criticidade e a fúria, legítimas e dignas parceiras, precisam ser orientadas para a rua. Sempre em marcha pela liberdade de existir.
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