Éramos todos negros, agora, somos todos brancos
"A notícia de que Neguinho da Beija-Flor tem 67% de sangue europeu deixou Michael Jackson roxo de inveja do DNA do colega brasileiro".
Li isso no blogue de um amigo e não guardei a autoria, mas faz sentido. O Brasil é um país prodigioso na invenção de mecanismos discriminatórios complexos e eficazes, todos, com direito à premiação por efeitos especiais. Gostaria que os especialistas me respondessem se na hora de levar baculejo da polícia e de outras "toridades" que desconhecem o Neguinho-figura pública, os 67% de sangue europeu do Neguinho da Beija-Flor o protegerão. Se o atestado de sangue europeu o resguardará dos xingamentos racistas no trânsito. Se adianta fazer exame de DNA para quantificar o sangue africano ou europeu nos corpos negros, depositados nas gavetas do IML, a espera de enterro como indigentes. Tudo furado, de bala, faca, canivete, gilete, vidro. Será que o exame de DNA protegerá nossos meninos do extermínio? Se forem pretos com pelo menos 40% de sangue europeu não serão mortos?
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