Bolsas para professores da rede pública em universidades públicas

(Por Angela Pinho, da sucursal da Folha de São Paulo, em Brasília). "O Ministério da Educação irá destinar no ano que vem R$ 1 bilhão para financiar a graduação e especialização de professores da educação básica em universidades públicas. Parte do dinheiro será destinada a instituições superiores federais, estaduais e municipais para custear a abertura de novas vagas; outra será utilizada no pagamento de bolsas para os professores universitários que assumirem mais turmas de licenciatura; e outra parte para bolsas para os docentes do ensino básico. Duas mil bolsas -no valor de R$ 1.200- já foram oferecidas neste ano. A meta do governo é que o número chegue a cerca de 10 mil bolsas em 2012. O ministro Fernando Haddad disse esperar atingir 300 mil professores sem graduação e 300 mil sem formação na área específica em que lecionam -ele citou o exemplo de 20 mil professores de matemática formados em pedagogia. As principais deficiências estão em química e biologia. Além de aumentar a escala da formação, outro objetivo da criação do sistema, segundo Haddad, é ampliar o número de professores da rede pública formados no ensino superior público -hoje, estima-se que essa seja a origem de apenas 15% dos docentes. "Sabemos que há boas instituições particulares, mas as avaliações mostram que a maioria das boas instituições formadoras são as públicas", disse o ministro, que afirmou ser simpático também à idéia de um concurso nacional para o magistério. A minuta do decreto que cria o sistema nacional de professores prevê ainda a possibilidade de dar aos profissionais da rede pública acesso prioritário às instituições de ensino superior. Na prática, caberá às universidades decidir se adotam ou não a reserva de vagas, já que elas têm autonomia. Segundo o secretário de Educação a Distância do ministério, Carlos Eduardo Bielschowsky, a UFBA (Universidade Federal da Bahia) é uma das instituições que optou pelo sistema, com turmas específicas para docentes. O número de vagas a ser oferecidos e as áreas do conhecimento abrangidas pelo sistema deverão ser definidos em cada Estado por um colegiado formado por representantes do MEC, dos professores, dos governos estaduais e municipais e das universidades públicas da unidade da federação. De acordo com Bielschowsky, 20 Estados já começaram a fazer planos para identificar suas deficiências. São Paulo não está entre eles. A secretaria paulista informou, via assessoria de imprensa, que uma comissão do órgão analisará o projeto federal para decidir se adere a ele ou não. A pasta lembrou ter anunciado nesta semana um projeto de formação a distância para 110 mil docentes da sua rede. Haddad disse esperar a adesão de todos os Estados, que poderiam economizar dinheiro -para ele, os programas de formação de professores são muitas vezes malfeitos e ainda assim custosos. A minuta do decreto que cria o sistema nacional de formação de professores ficará aberto a consulta pública até 24 de novembro. O texto está no site do MEC (portal.mec.gov.br); sugestões podem ser enviados pelo e-mail formacao.magisterio@capes.gov.br."

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