Após críticas, editora cancela política de destruição de livros
Controversa, porém disseminada em toda a Europa, chega ao Brasil prática nefasta das editoras promoverem a destruição de títulos encalhados nas livrarias.
(Deu em O Globo por Miguel Conde). "Mais de 400 livrarias em diferentes estados brasileiros receberam na semana passada um e-mail da distribuidora Superpedido e da Ediouro, maior grupo editorial do país, anunciando uma nova política para devolução de livros que não fossem vendidos: “Não será necessário enviar os livros fisicamente”, dizia o e-mail, mas apenas “a capa, quarta capa e ficha catalográfica (...). O miolo deverá ser descartado”, orientava a mensagem. Enviada no dia 13 de abril, a ordem para arrancar a capa e jogar fora as páginas dos livros foi cancelada por outro e-mail, enviado na última terça-feira, em que a Ediouro dizia ter revisto sua posição. Entre uma mensagem e outra, a Ediouro foi intensamente criticada por integrantes do mercado livreiro. Carlo Carrenho, da Ediouro, afirma que a editora está estudando a possibilidade de doar alguns dos livros devolvidos (ela aumentou para 80% o desconto oferecido aos livreiros, se eles comprarem todos os exemplares em consignação). Rui Campos, diretor da Livraria da Travessa, acredita, porém, que apesar das carências do Brasil na área de leitura, as doações não podem ser tomadas como uma panaceia: “Seria ótimo que muitas coisas fossem de graça: o feijão, a moradia... Mas, se tudo fosse assim, não haveria mercado. A produção só pode existir se houver a venda.”
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