Roda de conversa aborda o negro amor
RODA DE CONVERSA ABORDA O NEGRO AMOR
Crédito: Louise Queiroz/ Divulgação
O Centro de Estudos Afro-Orientais (Ceao) da Ufba será palco, nesta sexta(28), às 18h, de uma contação coletiva de histórias de amor protagonizadas por pessoas negras. É só chegar e compartilhar sua vivência na roda de conversa ‘Me conte histórias de negro amor’. Entrada gratuita.
Essa edição conta com o escritor Fábio Mandingo como convidado. Outro encontro está previsto para o dia 6 de novembro com a participação da poeta Lívia Natália. “Contar essas experiências em público é fazer política com e pelo afeto. Mostrar que, a despeito do racismo, exercemos essa potencialidade humana”, diz a idealizadora do evento, a escritora Cidinha da Silva que espera a presença de participantes de várias gerações. Confirme a presença no evento: https://www.facebook.com/events/1633508126947609/
A partir dos relatos, Cidinha irá escrever um livro ainda sem formato nem data de publicação definidos. Contos, crônicas, poemas, novela ou peça de teatro pode ser o suporte escolhido pela escritora que, em suas obras, passeia por diversos gêneros, incluindo literatura infantil e quadrinhos.
A ideia do registro surgiu da percepção da escritora sobre relacionamento entre pessoas negras, notadamente mulheres. “São dois movimentos paralelos. O de liberação das dores que a escravidão e o racismo impuseram em nossas formas de amar e de expressar amor. E o de promoção de espaços para essa contar esse amor, reivindicado pela voz forte dos sujeitos LGBTs negros e empoderados, principalmente”, conta Cidinha.
As histórias serão recontadas por Cidinha. “Não terei qualquer compromisso de fidelidade com a história de ninguém. Quem se dispuser a contar, generosamente oferecerá histórias que poderão, ou não, ser recontadas. Os relatos irão oferecer elementos motivadores para as histórias que vou criar”, explica Cidinha.
No entanto, o início dessa etapa do processo só ocorrerá quando Cidinha acreditar que tem material suficiente para começar a escrever. A escritora também está em busca de editoras para publicação do livro.
A partir dessa novo formato de criação, a intenção também se aproximar dos seus leitores. “Além disso é uma oportunidade de reenergizar e colaborar com o processo de ocupação criativa do Ceao, esse espaço tão importante para a comunidade acadêmica e artística negra da Bahia e do Brasil”.
Apesar da inciativa ainda em construção, Cidinha já tem a certeza que a tendência do “Venha e traga seu amor. Traga seu negro amor para nos contar” é crescer. “É muito provável que faça algo similar em algumas cidades do Brasil, pois várias pessoas têm feito convites”, afirma.
Cidinha também é autora de ‘Cada tridente em seu lugar e outras crônicas (2006); ‘Os noves pentes d’África’ (2009); ‘Kuami'(2011); ‘O mar de Manu'(2011); ‘ Oh, margem! Reinventa os rios!'(2011); ‘Canções de amor e dengo'(2016); ‘#Parem de nos matar'(2016); ‘Você Me Deixe, Viu? Eu ou Bater Meu Tambor'(2008); “Africanidades e relações raciais: insumos para políticas públicas na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas no Brasil” (2014); ‘Racismo no Brasil e afetos correlatos’ (2013); e Sobre-Viventes (2016).
Veja entrevista de Cidinha da Silva sobre o livro Sobre-Viventes!
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