21 de Janeiro, dia de combate ao racismo religioso
Este 21 de janeiro é o Dia Nacional de Combate à Intolerância religiosa, que prefiro chamar de racismo religioso. Nessa mesma data, há 18 anos, faleceu a Iyalorixá Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, de Salvador, em decorrência de agressões sofridas por uma igreja evangélica, em outubro de 1999.
Na ocasião, o jornal Folha Universal estampou na capa uma foto de Mãe Gilda em trajes cerimoniais para ilustrar uma matéria cujo título era: “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. A casa da Iyalorixá foi invadida. O marido foi agredido verbal e fisicamente por membros dessa igreja evangélica e sua casa de asé foi depredada. Mãe Gilda não suportou os ataques e enfartou. Faleceu três meses depois, no dia 21 de janeiro de 2000, tornado então Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
Meu livro O homem azul do deserto é dedicado a 4 pessoas amadas que, em diferentes momentos da vida cuidaram de mim e da minha ancestralidade, às quais agradeço publicamente mais uma vez e reverencio: Taata Mutá Imê Santos, Iyá Denise Botelho, Eduardo Oliveira, @Iyá Marlene de Nanã.
Um salve também a meus irmãos no fogo Pedro Neto e Fábio Mandingo, às minhas irmãs nas águas Maria Aparecida Moura e Bianca Santana que seguram comigo todas as ondas. À minha filhota amada, pequena caçadora de Logum, Débora Marçal. À sobrinha dos ventos poderosos, Ana Pi. Ao Uã Flor Do Nascimento´que chegou outro dia e já é esteio. À Sueli Carneiro, sempre, mulher do fogo, do vento, do ouro e do amoroso coração de mãe que me deu minha segunda vida.
Zaambi ye Kwatesa!
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