UM EXU EM..


Por Fabrício Hundou

Dentre as tantas coisas despertadas, faz lembrar um bulário que, ao lê-lo, o medo da ignorância se ameniza. Mas ainda não é isso. Também pensei em comparar a um artigo científico lido logo no primeiro semestre de universidade. Um assombro deleitoso de palavras.

Entendi ser mais que isso quando, dentro de um ônibus, eu seguia ao meu rumo, com um naco de manjericão no bolso da calça jeans, uma pedra olho-de-tigre no outro, uma ametista no bolso da blusa bege de tecido lese. Haja bolso para caber minhas crendices. Não obstante, eu portava "UM EXU EM NOVA YORK", escrito por Cidinha Da Silva - a mando da Boca do Mundo.

Após ler o primeiro conto, sobe ao ônibus um senhor travaliando, talvez alcoolizado, talvez em transe. Me interessei pelas palavras sussurradas. Voltei a concentração nos demais textos do livro, mas sinaleira apitava: "'Exú tá aqui, Exú tá aqui!".

Prestes a descer, levantei, puxei a corda da parada e talvez começasse a centrar apenas nas expectativas da realidade. Desci. Mas Esú desceu na frente, manco, fingindo desorientação y sabendo aonde ir. Laroyá!

Fabrício Hundou

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