Um bilhete para Haddad, meu candidato


Por Cidinha da Silva

Hoje deu! Resolvi pedir ajuda.
Haddad, meu querido candidato à presidência 2018, o melhor prefeito que São Paulo já teve, minha inteligência e a de muita gente que lutou para elegê-lo não está compreendendo qual é a estratégia de enfrentamento ao candidato da extrema direita eleito e seu desgoverno. Me desculpe, pode ser que minha leitura seja muito rasa e eu não compreenda como é que nós faremos oposição séria ao avatar da Idade Média, utilizando piadinhas e ironia.

Eu não consigo brincar enquanto indígenas, trabalhadores rurais, negros, lésbicas, transgêneros, gays, mulheres, quilombolas, são abatidos aos gritos de "Bolsonaro chegou". De verdade mesmo, o que a gente vai fazer? Vamos continuar assistindo a morte dos outros enquanto não nos extermina individualmente?

Vocês estão avaliando que o negócio é tentar alcançar o eleitorado dele e aí precisam estar no mesmo nível? Ou querem alcançar aquelas pessoas que se abstiveram de votar e apostam na explicitação do quanto eles são incompetentes, venais, e são o velho jeito de governar ocupando o poder? Aqui pra nós, amigo, quem é que achou que eles representavam algo novo? E também, convenhamos, a eleição acabou, fomos derrotados pelo whatsapp e eu queria entender como as nossas lideranças organizarão a propalada resistência. Ou vocês vão continuar brincando pelo Twitter?

Estou me achando muito tonta, incapaz de compreender a profundidade do passo que vocês estão dando. Sério, Haddad, como bom professor que você é, me explique com paciência e objetividade: qual é a estratégia da oposição? Só na micropolítica, de onde te escrevo, não resolveremos tudo.

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