UM EXU EM NOVA YORK: sobre a arte de Exuzilhar nesses dias

Por Francisco Nonato O meu encontro com obra UM EXU EM NOVA YORK, de Cidinha da Silva foi durante o Seminário Nacional de Reparação, organizado pelo Movimento Negro Unificado no Rio de Janeiro, foi a arte do Exuzilhamento em minhas mãos, profundo encontro. Durante a leitura movimento, meus sentidos e presença eram convidados a estarem presentes nas diversas encruzas do dia a dia, entre as tantas coisas nossas ali escritas, o Sábado revela a cosmovisão profunda de um povo, as minhas lágrimas se fizeram letras, meu caminho fez a memória do caminhar com os mais belos sentimentos de cruzar as contradições feitas de olhares e presenças não ditas, perder e agradecer em segredos. Durante toda a leitura o cheiro forte de dendê e farofa fazia minha cabeça, o lugar era divinamente feito pelo silêncio e observação de Rosa de Matamba, da pequena grande Kotinha de Baburecema, liderança forte de terreiro, ainda escuto o som do seu Adjá chamando santo, o santo está entre nós. O Sorriso que nasce com Mametu é sinal do fim da solidão silêncio, não estamos mais sozinhas aqui, a alegria entrou pela porta da frente, cheiro de amor profundo Cidinha, cheiro de amor em preta presença. Essa obra tem cheiro e sabor de roça, é possível escutar a Ngoma fazendo o convite para os passos acelerados e calmos feitos de rua, estradas e caminhos ainda não percorridos por nós, o livro é um convite das estradas para nós nesses dias, escutemos . Cidinha da Silva agradeço a Tat’etu Pambu Njila pela estrada cruzada junto com você, a Tempo pelo nosso Tempo feito de segredos não revelados, somos parte da arte do silêncio em profundo encontro do se fazer Exuzilhar, ser e Tempo, Tempo e o ser. Filosofia entendida pelas muzenza na experiência do novo nome, das muitas noites rezando o segredo das estradas, das ruas e dos sorrisos a meia noite. Entre as estradas banhadas de muitas águas, entre elas lagrimas, não da tristeza mais da profundidade de uma escrita em constante movimentação. A boca do mundo anuncia as diversas contradições de nossos dias, entre as gargalhadas Cidinha da Silva, sabemos das responsabilidades que só nosso povo carrega na memória, feita de rosários, quilombos, rezas, cantigas e caminhos, estamos de volta.

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