Eu também sou Carolina!
Por Dinha (Maria Nilda)
Nesse 8 de Março, e no resto do ano também (!), um cuspe pra meritocracia!
"Avisa as tia que recicla a vida
num quilo de latinha,
na quebrada, a burguesia financia a chacina"
Clã Nordestino
Sim, eu também conheço o cheiro do barraco recém construído e o odor do muito velho se desfazendo em buracos. Conheço o barulho da chuva nas telhas de zinco, a umidade das goteiras no chão de madeira ou de barro. O alimento a conta-gotas, cada dia conquistado.
Sei muito dessa convivência forçada que, na favela, reforça nossa solidariedade e nossa humanidade sempre mais pisoteada pelos imponentes cavalos da injustiça social, pelos meritocratas de plantão, pelo desprezo cada dia relegado à nossa cor, em doses homeopáticas ou aos baldes de água geladíssima.
Eu também, como Carolina, adotei a literatura como rota de fuga e, mais tarde, como ferramenta de transformação social, assim como faz Vera Eunice, sua filha, que vimos crescer em um "quarto de despejo" e atualmente é professora.
Assim como eu fui. Assim como sou.
Tal qual a mãe, produzo literatura; tal qual a filha, difundo-a em busca de transformação social. Em busca de que as Marias, Carolinas, Veras e nenhuma outra mulher ou homem precise antes de uma história de misérias e outras violações de direito, para alcançar valorização social e respeito.
Por isso, nesse 8 de março, eu também sou Carolina. Eu também sou Vera Eunice. Sou minha mãe vindo corajosamente do Nordeste para construir essa cidade e ser desprezada a cada dia. Sou minhas irmãs, barradas pelas engrenagens de matar sonhos de meninas, sou minhas filhas e a esperança de que de suas entranhas o nosso povo renasça e reconstrua, palmo a palmo, nossa dignidade perdida, roubada pelos amantes desse sistema bruto,os paga paus dessa meritocracia.
"Avisa as tia que recicla a vida
num quilo de latinha,
na quebrada, a burguesia financia a chacina"
Clã Nordestino
Sim, eu também conheço o cheiro do barraco recém construído e o odor do muito velho se desfazendo em buracos. Conheço o barulho da chuva nas telhas de zinco, a umidade das goteiras no chão de madeira ou de barro. O alimento a conta-gotas, cada dia conquistado.
Sei muito dessa convivência forçada que, na favela, reforça nossa solidariedade e nossa humanidade sempre mais pisoteada pelos imponentes cavalos da injustiça social, pelos meritocratas de plantão, pelo desprezo cada dia relegado à nossa cor, em doses homeopáticas ou aos baldes de água geladíssima.
Eu também, como Carolina, adotei a literatura como rota de fuga e, mais tarde, como ferramenta de transformação social, assim como faz Vera Eunice, sua filha, que vimos crescer em um "quarto de despejo" e atualmente é professora.
Assim como eu fui. Assim como sou.
Tal qual a mãe, produzo literatura; tal qual a filha, difundo-a em busca de transformação social. Em busca de que as Marias, Carolinas, Veras e nenhuma outra mulher ou homem precise antes de uma história de misérias e outras violações de direito, para alcançar valorização social e respeito.
Por isso, nesse 8 de março, eu também sou Carolina. Eu também sou Vera Eunice. Sou minha mãe vindo corajosamente do Nordeste para construir essa cidade e ser desprezada a cada dia. Sou minhas irmãs, barradas pelas engrenagens de matar sonhos de meninas, sou minhas filhas e a esperança de que de suas entranhas o nosso povo renasça e reconstrua, palmo a palmo, nossa dignidade perdida, roubada pelos amantes desse sistema bruto,os paga paus dessa meritocracia.
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