Minha Presidenta Voltou!
Por Cidinha Da Silva
A oposição é algo saudável e respeito qualquer adversário que tenha argumentos defensáveis e consistentes. Não é o que se vê na oposição insana a Dilma que, mais do que apoiar um monte de corruptos e sanguessugas do Estado, se apóia neles. São analfabetos políticos escondidos atrás de títulos acadêmicos, alguns, outros, gente de má fé que se define como gente de bem. Oposição é outra coisa.
Oposição séria é demonstrar que nos 8 anos de FHC não foi construída uma universidade sequer. Que os professores concursados e efetivados nas 18 universidades federais e centenas de ETECs construídas por Lula e Dilma Brasil adentro teriam seu emprego reduzido (sic) se dependessem de concursos públicos realizados na era Fernando Henrique.
Fazer oposição política conseqüente é ocupar-se das fragilidades e contradições do governo ao qual nos opomos, demonstrando-as, comprovando-as, ao tempo em que propomos soluções para os temas e áreas das quais discordamos. É também destacar na ação política dos nossos representantes e aliados, os exemplos que deveriam ser seguidos pelo governo criticado.
A título de ilustração, quem faz oposição a Geraldo Alckmin em São Paulo, um governo que constrói 53 presídios e não constrói escolas, que fecha 116 escolas e destrói as redes de sociabilidade de cerca de dois milhões de estudantes, tratando-os como coisas a serem movidas de um lado para outro, de acordo com a conveniência governamental, tem o exemplo positivo e contrastante do prefeito da cidade, Fernando Haddad.
O prefeito Haddad trata usuários de crack com humanidade, como cidadãos. Reduz danos, oferece-lhes condições de trabalho e tratamento de saúde. Amplia de maneira nunca experimentada pela cidade, a rede de creches e a educação infantil. Não criminaliza o Funk nem os Rolezinhos, reconhece-os como expressões juvenis (de uma juventude negra e periférica invisibilizada em seus direitos) e dialoga com elas no sentido de construir políticas públicas que respondam a suas necessidades.
Haddad é um governante que aumenta os salários de professores e melhora as condições de trabalho. Cria política cultural baseada em diálogo com os artistas e produtores culturais. Cria corredores de ônibus, ciclovias e administra a cidade com planejamento e visão de futuro, como fazem as gestões públicas responsáveis nas grandes cidades do mundo. Trata migrantes africanos, caribenhos, europeus, asiáticos e outros com dignidade, sem promover racismo ou fechar os olhos a ele.
Alckmin, por sua vez, decreta sigilo à consulta de documentos que podem comprovar corrupção na rede de trens e metrô do estado por um período de 25 anos. É obrigado a retroceder pela pressão popular na internet. Manda a polícia espancar os moradores da Cracolândia. Apóia a polícia que mata e extermina a juventude negra e periférica, ao afirmar que “quem não resistiu (à polícia) está vivo.” É o responsável pela gestão hídrica desastrosa e seletiva de São Paulo, contraditoriamente premiada pela Câmara dos Deputados. Prêmio que o governador não teve coragem para receber, antevendo vaias e protestos, e destacou o secretário de recursos hídricos para fazê-lo em seu lugar.
É como protagonista desse debate sobre projetos distintos de país que a Presidenta Dilma voltou a cena e se posicionou na abertura do 12º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores. Ela disse bravamente (sem bravatas porque sua trajetória a respalda): “Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias.” E pergunta: “Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar minha honra? Quem?”
Foi dada a intimação para voltarmos ao jogo de cartas na mesa, sem cartas escondidas na manga. Que a oposição faça a crítica dentro da legalidade, se possível, de maneira construtiva, considerando um projeto de país que respeite o povo e suas escolhas pelo voto e ofereça alternativas; que as dispute no debate político. Que a imprensa informe e não seja um lado atuante da corrupção e da manutenção de privilégios dos que mandam e têm dinheiro, conquistados à base da exploração do povo.
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