Componentes do livro novo (3): a orelha assinada


Por Cidinha da Silva
Tem duas orelhas o livro, vocês sabem. Livro sem orelha é pobre, economia tosca de papel. Orelha enriquece o livro, reverbera a voz da autora.
Às pessoas curiosas para saber o título do livro, informo que na próxima postagem farei a apresentação formal do bichinho. Agora não terei tempo de escrever sobre o título da maneira que ele merece. Estou trabalhando em Barreiras, Oeste da Bahia, na FLIB - Festa Literária de Barreiras e ontem tive a graça de conversar com o grande Bule Bule, enquanto aguardávamos o avião atrasado. É engraçado chamá-lo de Bule. Bule pra cima, Bule pra baixo. Se você, sudestino, como eu, não sabe ainda quem é Bule Bule, procure saber. Dê um google aí.
Pois bem, retomando a orelha assinada (ainda tem um suspensezinho sobre a assinatura), devo dizer que você gostará de lê-la, está deliciosa. Uma linguagem fluida, esperta, que convida a leitora e o leitor de orelha a lerem o livro. Convida pela apresentação sedutora que faz da obra e da autora. Essa me parece ser a função da orelha, seduzir as pessoas para a leitura daquela obra.
Aquele não é espaço para desfiar um rosário de outros autores, tampouco se perder em divagações que destacam mais quem escreve a orelha do que o livro e sua autora. Orelha, para ser bem ouvida e para cumprir seu papel, deve focar na obra e em sua autoria.
Então, uma dica para você que é menos experiente do que eu e procura um orelhista, convide gente tariambada, sim, mas que tenha discernimento, afinidade com seu trabalho, que goste da sua escrita e que vá destacar o que você tem de melhor. Não convide pessoas que possam utilizar sua orelha para fazer propaganda delas mesmas. O foco é você, a autora. O foco é a sua obra.
Desse modo você tende a ficar feliz, como eu estou com minha orelhinha nova. Obrigada, querido orelhista. Você foi divertido e perspicaz e tornou o livro maior visto por seus olhos generosos e delicados.

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