Componentes do livro novo (5): o título

Chama-se "O homem azul do deserto", meu décimo segundo livro. Um livro de crônicas, cronicontos, crônicas-contos.
É bastante parecido com o "Baú de miudezas, sol e chuva" quanto às técnicas de escrita utilizadas. É prosa poética na veia femoral, para ir direto ao coração.
O nome do livro é também o nome de uma das crônicas em que me empenho para apresentar possibilidades de homens negros diferentes das que têm sido estereotipadas e estigmatizadas na literatura, em particular, e na cultura brasileira como um todo. Construo homens negros humanos, paradoxais, como todos os seres humanos são. Homens que podem nos emocionar e encantar.
Não me interessam esses homens negros assustadores, marcados a ferro pelo racismo que os desumaniza. Interesso-me por mostrar/desenvolver homens de personalidade complexa, cheios de nuances, plenos de possibilidades.
Esta é a tônica de várias histórias do livro, estes homens negros humanos e complexos. Porque somos assim. E por isso escolhi este título-símbolo, "O homem azul do deserto", aquele que ao se perder à noite no deserto do Norte de África, espeta uma estrela com a lança e ela o guia no caminho de volta.

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