João Planz, Jéremie e Bina passeiam por Rua Luanda
(Por: Edimilson de Almeida Pereira) João Planz – “João Planz estica o sol, encolhe o oceano. / Tira as rãs do viveiro, solta as galinhas na lua. / João Planz volta e meia muda a direção das ruas. / Para contar os dias, usa grãos de areia. / Para contar uma história, faz acrobacia com as letras. / João Planz conhece os brinquedos, o tatu e a taturana. / Conhece até os planetas, mas com seis anos apenas / o mundo de João Planz cabe nas pontas dos dedos.” Jéremie – “Quem disse a Jéremie que o vento não vai à escola, se engana. / Do alto de seu berço ele avista o vento atrás das antas. / Depois passando no lago, descendo por trás das pedras. / Quem disse que o vento não reza, se engana. / Jéremie nem esticou os olhos para vê-lo saindo da igreja. / Por que será que nunca dizem as coisas a Jéremie? Do alto de seu berço o mundo é pequeno. / Dá pra conhecê-lo de fora para o avesso”. Bina – “Um recado de Bina demora três luas para chegar. / Não importa o tamanho do texto. / O que Bina diz nunca finda de nascer. / Ontem ela indagou: - Como vai? Já fui, voltei e a pergunta ainda está na varanda. / Bina se esmera na fiação das palavras. / Como um aprendiz, não as veste sem motivo. / O cachorro ganiu, Bina veio contar. Por isso, em nosso ouvido o cachorro vai ganindo. / Ah, o melhor de tudo: meu coração floresce. / Vou pedir à Bina para espalhar a notícia. / Então serei primavera muito tempo na vida”. (Rua Luanda, Paulinas, 2007, coleção Árvore falante)
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