Ativista moçambicano desembarca no Rio e diz que foi ameaçado pela Vale



Por Márcio Menasce/Folhapress

"Ativista Jeremias Vunjanhe chega ao Rio
Cerca de cem pessoas do movimento Justiça Ambiental-Amigos da Terra, do qual ele faz parte, recepcionaram o jornalista.

O ativista, que foi impedido de entrar no Brasil pela Polícia Federal de São Paulo no dia 12, vai participar de debates na Cúpula dos Povos, um dos eventos paralelos da Rio + 20.

Na semana passada, ele participaria de um encontro de atingidos pela Vale, que aconteceu no Rio, no dia 16.

Vunjanhe disse que foi deportado sem receber explicações e seu passaporte recebeu o carimbo "impedido". Para voltar ao Brasil nesta segunda-feira, o ativista precisou tirar um novo passaporte e de um novo visto, concedido após encontros com o embaixador brasileiro em Moçambique.

No Galeão, o jornalista afirmou que sofreu ameaças da mineradora e do governo Moçambicano por seu trabalho de denúncia contra os maus tratos em regiões próximas de onde a empresa opera no seu país.

Segundo Vunjanhe, um funcionário da Vale teria tentado intimidá-lo a interromper seu trabalho.

Ele contou que tem fotos e vídeos que provam os maus tratos a que moçambicanos vem sofrendo em seu país pela empresa.

"São cerca de 1365 famílias que foram deslocadas pela Vale e perderam suas terras. Nos últimos 13 anos, elas tem denunciado as precárias condições a que são submetidas, mas a empresa e o governo tem optado por deixá-las abandonadas", afirmou o jornalista.

O ativista afirma que tem fotos de pessoas espancadas pela polícia moçambicana durante um protesto feito contra a Vale. A manifestação ocorreu em janeiro, em Katembe."

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