Um poema de Felipe Estrela
Poema dedicado à Cidinha Da Silva!
#ParemDeNosMatar
E isso não é um pedido
É uma ordem
Uma ordem dada contra esse
racismo em lata
Servido a nós diariamente
Como ração
Em pratos de alumínio, ódio e trauma
Por entre as grades do presídio,
da escola
ou da televisão
Caldo podre
requentado nas panelas brancas do assédio,
do genocídio,
da precarização,
da folclorização midiática,
da apropriação cultural
da criminalização
#ParemDeNosMatar
E isso não é um pedido
É um oriki
Ebó-de-boca
Contra
-feitiço
Pro meu corpo X fechado
Mente aberta
E punhos cerrados
Um chamado Ogúnico
Um avançar tático
Deste exército retinto
Como as sombras da
Memória
Das que tombaram
Nesta guerra racial de alta i-n-t-e-n-s-i-d-a-d-e
Se muitas são as baixas deste lado do front,
Pega visão, vacilão
Dispositivo da velha lei que rege o mundo
É como diz a canção:
“O risco que corre o pau
Corre o machado
Não há o que temer
Aquele que manda matar
Também pode morrer”
Kao Kabecile, Xangô!
Vence demanda,
Pedreira da justiça que somos
#ParemDeNosMatar
E isso não é um pedido
É um giro organizativo
Conectando quebradas,
Quilombos,
Coletivos
Arsenal negro de alto impacto sensitivo
Marginal,
Ostensivo,
Altivo
Resistiremos
Permanecendo
Vivas e Vivos
Lançando bombas de Literatura Cinema Rap Pixo
Bum bum clap
Bum bum clap
Você está ouvindo?
#ParemDeNosMatar
E isso não é um pedido.
Felipe Estrela
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