"Espelho Atlântico" - mostra de cinema da África e da Diáspora negra
"Em parceria com o African Filme Festival, de Nova York, a mostra traz um panorama contemporâneo de
filmes africanos e brasileiros.
A CAIXA Cultural recebe, de 22 a 27 de abril, a mostra "Espelho Atlântico". Com direção geral da cineasta Lilian Solá Santiago, o evento traz uma primorosa seleção de filmes africanos e da diáspora negra para o Rio de Janeiro. Espelho Atlântico é uma abordagem atual e significativa da produção cinematográfica africana contemporânea e também da realizada fora do continente, mas que dialoga diretamente com a herança cultural do continente africano.
Serviço:
Mostra Cinematográfica Espelho Atlântico.
Local: CAIXA Cultural RJ – Cinema 1.
Endereço: Av. Almirante Barroso, 25, Centro (ao lado da estação Carioca do metrô).
Tel: 21 2544 4080 – Site: www.caixacultural.com.br.
Temporada: de 22 a 27 de abril de 2008.
Sessões: a partir das 19h (curta-metragem sempre seguido de um longa metragem).
Classificação etária: confira a programação.
Preço: R$ 4,00 (inteira); R$ 2,00 (meia-entrada).
Acesso para portadores de necessidades especiais
SINOPSES
Dia 22:
O Clandestino (ficção)
Direção: Jose Laplaine - Zaire/Angola, 1997, 15 min.
Quando um angolano clandestino chega a Lisboa, ele percebe que a Europa de seus sonhos não é o paraíso que imaginava. Sempre tendo que fugir de um policial persistente, ele começa a ter saudades da terra natal.
Kuxa Kanema – O nascimento do cinema (doc.).
Direção: Margarida Cardoso, Bélgica / França / Portugal, 2003, 52min
O governo Moçambicano cria após a independência, em 1975, o Instituto Nacional de Cinema (INC), pois o presidente, Samora Machel, sabia do poder da imagem para a nação socialista. A ruína do INC após um incêndio acompanha a desilusão dos moradores com o regime. Vencedor do Festival de Nova York de Filmes Africanos.
Dia 23 -
Mama Put – (ficção).
Direção: Seke Somolu, 2006, 30min, Nigéria
A história de um grupo de jovens armados que invade a casa de uma pobre família mostra o poder do alimento de transformar, salvar e estremecer relações sociais na Nigéria. Mama Put é o filme de estréia do cineasta nigeriano Seke Somolu.
A cidade das mulheres – (doc.).
Dir: Lázaro Faria, 2005, 72 min, Brasil
O filme é uma resposta à Ruth Landes, antropóloga norte-americana que esteve, em 1939, na Bahia, e se surpreendeu com a força e a soberania das mulheres do candomblé dentro de uma organização matriarcal. Ganhador dos prêmios Tatu de Ouro e BNB de Cinema.
Dia 24
Menged (ficção).
Direção: Daniel Taye Workou, 2006, 20min., Etiópia
Adaptação de um conto popular etíope, sobre a trajetória de um pai e seu filho até o mercado. Mostra a Etiópia de hoje: um país na transição entre modernismo e tradicionalismo. Venceu do Urso de Cristal no Festival Internacional de Filmes de Berlim.
Mortu Negra (ficção).
Direção: Flora Gomes, 1987, 85min, Guiné-Bissau.
No interior da Guiné, lutando contra a presença colonial, o exército de libertação constrói o dia-a-dia entre a vida comunitária e o percurso para a independência de seu país. O filme marca a estréia do consagrado cineasta Flora Gomes.
Dia 25:
Balé de pé no chão (documentário).
Direção: Lilian Solá Santiago, 2008, 17 min, Brasil
Documentário sobre Mercedes Baptista, principal precursora da dança afro-brasileira. Bailarina de formação erudita, cria seu grupo na década de 50, e estuda os movimentos do candomblé e das danças folclóricas. Vencedor do Prêmio Palmares de Comunicação 2005.
Hollow City (Na Cidade Vazia) – (ficção).
Direção: Maria João Ganga, 2005, 88min., Angola
O filme narra a trajetória de um menino órfão, que, assim como muitos outros de sua geração, lutam pela sobrevivência em Angola que está devastada após a revolução civil. Conquistou o grande prêmio do Festival de Filmes de Paris.
Dia 26:
Maria sem graça (vídeo / ficção).
Direção: Leandro Godinho, Brasil (SP), 2007, 14min
Maria das Graças, menina negra de 12 anos, moradora da periferia de São Paulo, atormenta a vida de sua mãe para alcançar seu maior sonho: ser a apresentadora Xuxa Meneghel. Selecionado para o Festival Internacional de curta-metragens de São Paulo.
Família Alcântara (documentário).
Direção: Lílian e Daniel Solá Santiago,2006, 52min
História de uma família extensa, cujas origens remetem-se à bacia do Rio Congo, na África. Através de gerações, preservam sua história, com o coral, teatro e a congada. Premiado no 11º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, no Mato Grosso.
Dia 27:
The Ball (ficção).
Direção: Orlando Mesquita, 2001, 5 min, Moçambique
Em um país que luta para combater a Aids, vinte milhões de preservativos são distribuídos, isto é, 5 por pessoa por ano. Muitas pessoas as usam de outra forma, por exemplo, os garotos que as utilizam para fazer bolas para jogar futebol.
O Herói (ficção).
Angola / França / Portugal, 2004, 97 minutos.
Direção: Zezé Gamboa
Um soldado mutilado na explosão de uma mina volta à Luanda após 20 anos de combates. No elenco o senegalês Makena Diop, as brasileiras Maria Ceiça e Neuza Borges. Premiado no Festival de Sundance (EUA) e no Festival de Cinema Africano de Milão, entre outros.
LILIAN SOLÁ SANTIAGO
É cineasta e historiadora. Entre seus trabalhos mais recentes estão a realização do filme curta-metragem "Graffiti" (2008) e do vídeo documentário "Uma Cidade Tiradentes" (2006). Lilian também produziu e dirigiu o premiado filme documentário "Família Alcântara" (2004), em parceria com seu irmão Daniel, e o aclamado documentário "Balé de Pé no Chão – a dança afro de Mercedes Baptista" (2005), com Marianna Monteiro.
Mestre em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo, tem atuado como docente de produção e direção audiovisual em importantes instituições educacionais, associações culturais e festivais de cinema e vídeo. Em 2006, ganhou o prêmio "Zumbi dos Palmares", conferido pela Assembléia Legislativa de São Paulo e o "Prêmio Cooperifa", da Cooperativa Cultural da Periferia, por sua destacada atuação artística em projetos que resgatam e revelam facetas inovadoras da cultura afro-brasileira.
Como produtora executiva, atuou no filme longa-metragem "Latitude Zero" (2001), de Toni Venturi, e integrou a equipe de importantes filmes brasileiros, como "Os Matadores" (1994), de Beto Brant, "Alô" (1995), de Mara Mourão, "A Hora Mágica" (1996), de Guilherme de Almeida Prado, "Ed Mort", de Alain Fresnot (1997), entre outros.
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