Em homenagem a Sergio Ballouk
Por Régis D’Almeida e Marcos Fabrício Lopes da Silva
Nascido no Carnaval de 1967, em São Paulo, Sergio Ballouk apresenta um molejo literário das melhores garoas que afinam a Avenida Paulista. Publicitário, pela Fundação Cásper Líbero, o multiartista tem pós-graduação em Gestão Pública pela Universidade de Mogi das Cruzes.
Com manejo outsider, Ballouk é parceiro dos Cadernos Negros. Em carreira solar, o autor nos brinda com o livro Enquanto o tambor não chama, publicado em 2011, pela editora Quilombhoje. No poema “Flores do mundo”, o escritor suplementa com arrojo Charles Baudelaire, no clássico As flores do mal. Eis os versos do intelectual afrodescendente: “é aquela velha história:/ – Você não pode agradar a todos!/ por isso faço um agrado/ com todas as flores do mundo/ e um santo bocado/ de poesia”. Outro momento importante do livro de Ballouk é a releitura bíblica que ele sugere, tornando o axé tão nobre quanto à espiritualidade que se diz esclarecida. Não é à esmo tamanho poema: “Tem Orvalho em Folha Sagrada”. Nele, encontram-se versos serelepes: “a poesia voa/em palavra aportuguesada/cantiga keto, gege, nagô/virá pra angola”. Sugerindo um caminho, Ballouk se mostra favorável a um mercado mais colorido em matéria de brinquedos: “a poesia deu voltas/todas as voltas da diáspora/produziu boneca preta/em Itaquera-África/surgirá brinquedo enegrecido/conduzido por mãos brancas e pretas/e, se apertado no umbigo/logo se ouvirá:/salve, mamãe/oraieiê/Oxum”.
Como Einstein trilhou pelos caminhos da Escola da Relatividade, constata-se que Sergio Ballouk, em cena contemporânea, ressalta a ternura literária dos afro-brasileiros.
Referência:
D’ALMEIDA, Régis. Garimpo. Belo Horizonte: Primeiro de Maio, 2005.
BALLOUK, Sergio. Flores do mundo. In: _____. Enquanto o tambor não chama: poemas. São Paulo: Quilombhoje, 2011. p. 16.
BALLOUK, Sergio. Tem Orvalho em Folha Sagrada. In: _____. Enquanto o tambor não chama: poemas. São Paulo: Quilombhoje, 2011. p. 17.
BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Trad. Ivan Junqueira. 7.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
EINSTEIN, Albert. Como vejo o mundo. 10. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
http://www.letras.ufmg.br/literafro/
Nascido no Carnaval de 1967, em São Paulo, Sergio Ballouk apresenta um molejo literário das melhores garoas que afinam a Avenida Paulista. Publicitário, pela Fundação Cásper Líbero, o multiartista tem pós-graduação em Gestão Pública pela Universidade de Mogi das Cruzes.
Com manejo outsider, Ballouk é parceiro dos Cadernos Negros. Em carreira solar, o autor nos brinda com o livro Enquanto o tambor não chama, publicado em 2011, pela editora Quilombhoje. No poema “Flores do mundo”, o escritor suplementa com arrojo Charles Baudelaire, no clássico As flores do mal. Eis os versos do intelectual afrodescendente: “é aquela velha história:/ – Você não pode agradar a todos!/ por isso faço um agrado/ com todas as flores do mundo/ e um santo bocado/ de poesia”. Outro momento importante do livro de Ballouk é a releitura bíblica que ele sugere, tornando o axé tão nobre quanto à espiritualidade que se diz esclarecida. Não é à esmo tamanho poema: “Tem Orvalho em Folha Sagrada”. Nele, encontram-se versos serelepes: “a poesia voa/em palavra aportuguesada/cantiga keto, gege, nagô/virá pra angola”. Sugerindo um caminho, Ballouk se mostra favorável a um mercado mais colorido em matéria de brinquedos: “a poesia deu voltas/todas as voltas da diáspora/produziu boneca preta/em Itaquera-África/surgirá brinquedo enegrecido/conduzido por mãos brancas e pretas/e, se apertado no umbigo/logo se ouvirá:/salve, mamãe/oraieiê/Oxum”.
Como Einstein trilhou pelos caminhos da Escola da Relatividade, constata-se que Sergio Ballouk, em cena contemporânea, ressalta a ternura literária dos afro-brasileiros.
Referência:
D’ALMEIDA, Régis. Garimpo. Belo Horizonte: Primeiro de Maio, 2005.
BALLOUK, Sergio. Flores do mundo. In: _____. Enquanto o tambor não chama: poemas. São Paulo: Quilombhoje, 2011. p. 16.
BALLOUK, Sergio. Tem Orvalho em Folha Sagrada. In: _____. Enquanto o tambor não chama: poemas. São Paulo: Quilombhoje, 2011. p. 17.
BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Trad. Ivan Junqueira. 7.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
EINSTEIN, Albert. Como vejo o mundo. 10. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
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